Juan Macías (Arcas Sanchez) nasce em Ribera del Fresno (Badajoz, Espanha)
em 2 de março de 1585. Filho de pais nobres porém arruinados, muito cedo Juan
ficou órfão, sendo então criado por seu tio paterno na diocese de Palencia,
trabalhando como pastor. Um dia teve uma visão de São João menino. Juan era uma
criança séria e piedosa, com uma forte devoção ao Rosário recitando-o três
vezes ao dia, por si, pelos pecadores e pelas almas do Purgatório. Consagrava
boa parte de seu tempo e de seu pouco salário a cuidar dos doentes e dos
pobres. Em determinada ocasião, partiu rumo a Jerez, Sevilha.
Em 1619, aos 34 anos, Juan embarcou para a América do Sul em companhia de
um marchand que o havia empregado, mas que o despediu assim que chegam ao
destino. Finalmente chegou a Lima, no Peru, após ter vagado por mais de
4.000km. Ali ele retomou suas funções como pastor.
Em janeiro de 1623, então com 38 anos, Juan pediu para ser aceito como
Irmão no convento dominicano de Santa Maria Madalena. Até o fim de sua vida,
durante vinte e dois anos, foi o porteiro do convento, acolhendo com imensa
caridade os pobres e os doentes, frequentemente se privando se suas refeições
para alimentá-los e assisti-los. Era duro consigo mesmo, mas doce para com os
outros. Irmão Juan fazia verdadeiros milagres.
Era 16 anos mais jovem que Martinho de Porrès, que à época vivia no
convento do Santo Rosário, também em Lima. Como Martinho, Juan também levava
uma vida penitente, à base de jejuns e disciplinas rigorosas, passando boa
parte de suas noites orando pelas almas do Purgatório. Como Martinho, era
admiravelmente humilde, suportando durante mais de doze anos reprovações,
injustiças e calúnias. Também como Martinho, Juan era apaixonado pelos pobres e
doentes, alimentando duzentos deles todos os dias, servindo-os de joelhos,
reconfortando-os com doações de roupas ou de dinheiro recebido durante suas
missões, prestando-lhes os serviços mais humildes. Exercia também o ministério
de aconselhamento, reconduzindo a Deus o que estavam perdidos.
Este iletrado falava de Deus como se fosse um doutor. Juan era tão
iluminado que muita gente retornou à fé em Deus por causa dele. Enfim, como
Martinho, ele morreu após haver predito o dia de sua morte – 16 de setembro de
1645 – e amarrou na cintura uma corrente de ferro. “Juan Macías não pregou nem
escreveu. Este Irmão teria se espantado se lhe dissessem que sua vida humilde
traria uma mensagem a nosso mundo, sobretudo uma mensagem social. Mas é
justamente esta vida humilde que hoje é um testemunho para nós. Ele sabia bem o
que era saltar no desconhecido, a mistura incessante de esperança e medo, as
dificuldades do desenraizamento e da adaptação. Ele era uma dessas milhões de
pessoas que ao longo dos séculos são jogadas de um país para o outro, não por
prazer nem por desejo de aventura, mas sim pela pressão dos acontecimentos...
Neste mundinho de desenraizados Juan se tornou um santo em meio aos mais
pobres.”
Juan Macías foi beatificado em 1837 pelo Papa Gregório XVI (Bartolomeo
Cappellari, Pontífice entre 1831-1846) e canonizado em 28 de setembro de 1975
pelo Beato Papa Paulo VI (Giovanni Battista Montini, Pontífice entre
1963-1978).
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20170916&id=16486&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=49798&language=FR&img=&sz=full
Nenhum comentário:
Postar um comentário