15/09/2017

São Juan Macías, Religioso o.p. († 1645), Martyrologium Romanum: 16 de setembro (dies natalis), Ordo Fratrum Praedicatorum: 18 de setembro



Juan Macías (Arcas Sanchez) nasce em Ribera del Fresno (Badajoz, Espanha) em 2 de março de 1585. Filho de pais nobres porém arruinados, muito cedo Juan ficou órfão, sendo então criado por seu tio paterno na diocese de Palencia, trabalhando como pastor. Um dia teve uma visão de São João menino. Juan era uma criança séria e piedosa, com uma forte devoção ao Rosário recitando-o três vezes ao dia, por si, pelos pecadores e pelas almas do Purgatório. Consagrava boa parte de seu tempo e de seu pouco salário a cuidar dos doentes e dos pobres. Em determinada ocasião, partiu rumo a Jerez, Sevilha.

Em 1619, aos 34 anos, Juan embarcou para a América do Sul em companhia de um marchand que o havia empregado, mas que o despediu assim que chegam ao destino. Finalmente chegou a Lima, no Peru, após ter vagado por mais de 4.000km. Ali ele retomou suas funções como pastor.

Em janeiro de 1623, então com 38 anos, Juan pediu para ser aceito como Irmão no convento dominicano de Santa Maria Madalena. Até o fim de sua vida, durante vinte e dois anos, foi o porteiro do convento, acolhendo com imensa caridade os pobres e os doentes, frequentemente se privando se suas refeições para alimentá-los e assisti-los. Era duro consigo mesmo, mas doce para com os outros. Irmão Juan fazia verdadeiros milagres.

Era 16 anos mais jovem que Martinho de Porrès, que à época vivia no convento do Santo Rosário, também em Lima. Como Martinho, Juan também levava uma vida penitente, à base de jejuns e disciplinas rigorosas, passando boa parte de suas noites orando pelas almas do Purgatório. Como Martinho, era admiravelmente humilde, suportando durante mais de doze anos reprovações, injustiças e calúnias. Também como Martinho, Juan era apaixonado pelos pobres e doentes, alimentando duzentos deles todos os dias, servindo-os de joelhos, reconfortando-os com doações de roupas ou de dinheiro recebido durante suas missões, prestando-lhes os serviços mais humildes. Exercia também o ministério de aconselhamento, reconduzindo a Deus o que estavam perdidos.

Este iletrado falava de Deus como se fosse um doutor. Juan era tão iluminado que muita gente retornou à fé em Deus por causa dele. Enfim, como Martinho, ele morreu após haver predito o dia de sua morte – 16 de setembro de 1645 – e amarrou na cintura uma corrente de ferro. “Juan Macías não pregou nem escreveu. Este Irmão teria se espantado se lhe dissessem que sua vida humilde traria uma mensagem a nosso mundo, sobretudo uma mensagem social. Mas é justamente esta vida humilde que hoje é um testemunho para nós. Ele sabia bem o que era saltar no desconhecido, a mistura incessante de esperança e medo, as dificuldades do desenraizamento e da adaptação. Ele era uma dessas milhões de pessoas que ao longo dos séculos são jogadas de um país para o outro, não por prazer nem por desejo de aventura, mas sim pela pressão dos acontecimentos... Neste mundinho de desenraizados Juan se tornou um santo em meio aos mais pobres.”

Juan Macías foi beatificado em 1837 pelo Papa Gregório XVI (Bartolomeo Cappellari, Pontífice entre 1831-1846) e canonizado em 28 de setembro de 1975 pelo Beato Papa Paulo VI (Giovanni Battista Montini, Pontífice entre 1963-1978).

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20170916&id=16486&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=49798&language=FR&img=&sz=full

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