19/10/2017

São Joel, Profeta do A.T. (cerca de 350 a.C.), 19 de outubro


O Profeta Joel pintado por Pierre Paul Rubens (Pedra negra e sanguíneo, (1601-1602) 
Louvre département des Arts graphiques.


Joel (em hebraico: יואל – “Javé é Deus” – Joel ou Yoel, sendo Yo a abreviação de Javé e “el”, que significa “é Deus”) é o segundo dos doze “Profetas Menores” da Bíblia. Ele é o autor do autor do livro de Joel, que faz parte do Tanakh da tradição judaica e do Antigo Testamento da tradição cristã.

O Profeta Joel
Segundo a narrativa bíblica, Joel é “filho de Fatuel” (1:1), mora na Tribo de Judá, à qual pode-se supor que ele pertence. É um judeu do período pós-exílio, sendo talvez membro do sacerdócio do novo Templo, do qual ele evoca especialmente a liturgia penitencial (1:13-14, 2:15-17), e formado na escola de Ezequiel por mestres ligados ao privilégio de eleição do povo santo (2:17, 4:2)1.

Datação:
Normalmente, Joel é considerado como tendo existido por volta do ano 400 a.C.. “Mas, segundo algumas fontes judaicas, sobretudo o *Seder Olam Rabá, Joel teria vivido no período do Rei Manassés de Judá (688-642 a.C.) e teria sido contemporâneo dos profetas Naum e Habacuc (no fim do Século VII a.C.). Esta hipótese se apoia igualmente sobre o uso de uma língua hebraica pura”2.

O Livro de Joel:
“A maior parte dos exegetas contemporâneos datam esse livro como sendo do início do Século IV a.C., e alguns o consideram mesmo tendo sido redigido apenas no Século II a.C.” (André-Marie Gérard, Dictionnaire de la Bible, 1989, p. 671). “O Livro de Joel se divide naturalmente em duas partes. Na primeira, uma invasão de gafanhotos que destrói Judá provoca uma liturgia de luto e de súplica; Javé responde prometendo o fim da praga e a volta dos tempos de abundância. A segunda parte descreve, em estilo apocalíptico, o julgamento das nações e a vitória definitiva de Javé e de Israel. A unidade entre as duas partes é garantida pela referência ao Dia de Javé. Os gafanhotos são o exército de Javé enviado para executar Seu julgamento – o Dia de Javé, em que só se poderá ser salvo pela penitência e oração; a praga se torna um tipo de grande julgamento final, o Dia de Javé que iniciará os tempos escatológicos. A ausência de referência a um Rei, as alusões ao Exílio, mas também ao Templo reconstruído, os laços com o Deuteronômio e os profetas posteriores – Ezequiel, Sofonias, Malaquias, Abdias, tudo isso faz pensar que o livro tenha sido escrito por volta do ano 400 a.C.. Sua ligação ao culto é evidente com uma liturgia penitencial, que termina com a promessa profética do perdão divino. Joel é considerado como um profeta ligado ao culto e ao serviço no Templo. O Livro não é a prestação de contas de uma pregação no templo, antes ele é uma Escritura para ser lida. É o período final da corrente profética, e a efusão do Espírito profético sobre todo o povo de Deus na era escatológica responde ao desejo de Moisés. O Novo Testamento considera que o anúncio é realizado na vida do Espírito Santo sobre os Apóstolos de Cristo, e Pedro citará toda esta passagem: Joel é o profeta do Pentecostes. Ele também é o profeta da da penitência, e seu convite ao jejum e à oração, clara influenciado pelas cerimônias do Templo, ou redigido sob seu modelo, entrará naturalmente na liturgia cristão da Quaresma”3.

Joel na História:
O profeta Joel é citado no discurso de Pedro em Atos dos Apóstolos 2, exatamente após a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos e a Virgem Maria:
Está acontecendo aquilo que o profeta Joel anunciou: ‘Nos últimos diasdiz o Senhor, Eu derramarei o Meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos.” (Atos 2, 16-17)

Bibliografia:
Edições e Traduções:
  • Michée, Sophonie, Joel, Nahoum, Habaqqouq, texto francês do Abade Jean Steinmann, introdução e comentários do Abade René Hanon, Desclée, 1961, 119 p.
Estudos:
  • Martinho Lutero, Commentaire sur les révélations des profetas Joel et Jonas (1525), Crespin, 1558.
  • Antoine-Jean Baumgartner, Le Profeta Joel, introduction critique, traduction et commentaire, avec un index bibliographique, publié d'après les notes de Eugène Le Savoureux, Fischbacher, 1888.
  • Jacques Gloaquen, Joel, ou Le chemin de la restauration, Lillebonne, Foi et Victoire, 2004, 154 p.
Notas e Referências:
  1. André-Marie Gerard, Dictionnaire de la Bible, 1989, p. 671
  2. Dictionnaire encyclopédique du judaïsme, 1996, p. 523
  3. La Sainte Bible traduite en français sous la direction de l'École Biblique de Jérusalem, [1]

Outros projetos Wikimedia:
  • Joel (profeta), em Wikimedia Commons 
  • Joel (profeta), em Wikisource
Liens externes:
  • Livro de Joel [2]
  • Introdução a Joel [3]
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%ABl_(proph%C3%A8te)
* https://pt.wikipedia.org/wiki/Seder_Olam_Rab%C3%A1
https://fr.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%ABl_(proph%C3%A8te)#/media/File:0_Le_Proph%C3%A8te_Jo%C3%ABl_-_P.P._Rubens_-_Louvre_(INV_20230).JPG

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