O Profeta Joel pintado por Pierre Paul
Rubens (Pedra negra e sanguíneo, (1601-1602)
Louvre département des Arts
graphiques.
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Joel (em hebraico: יואל –
“Javé é Deus” – Joel
ou Yoel, sendo Yo a abreviação de Javé
e “el”, que significa “é Deus”) é o segundo dos doze “Profetas
Menores” da Bíblia. Ele é o autor do autor do livro de Joel, que faz parte
do Tanakh da tradição judaica e do Antigo Testamento da tradição
cristã.
O Profeta Joel
Segundo a narrativa bíblica, Joel é “filho de Fatuel”
(1:1), mora na Tribo de Judá, à qual pode-se supor que ele pertence. É um judeu
do período pós-exílio, sendo talvez membro do sacerdócio do novo Templo, do
qual ele evoca especialmente a liturgia penitencial (1:13-14, 2:15-17), e
formado na escola de Ezequiel por mestres ligados ao privilégio de eleição do
povo santo (2:17, 4:2)1.
Datação:
Normalmente, Joel é considerado como tendo
existido por volta do ano 400 a.C.. “Mas, segundo algumas fontes judaicas,
sobretudo o *Seder Olam Rabá, Joel teria vivido no período do Rei Manassés
de Judá (688-642 a.C.) e teria sido contemporâneo dos profetas Naum e Habacuc
(no fim do Século VII a.C.). Esta hipótese se apoia igualmente sobre o uso de
uma língua hebraica pura”2.
O Livro de
Joel:
“A maior parte dos exegetas contemporâneos
datam esse livro como sendo do início do Século IV a.C., e alguns o consideram
mesmo tendo sido redigido apenas no Século II a.C.” (André-Marie Gérard, Dictionnaire
de la Bible, 1989, p. 671). “O Livro de Joel se divide naturalmente em duas
partes. Na primeira, uma invasão de gafanhotos que destrói Judá provoca uma
liturgia de luto e de súplica; Javé responde prometendo o fim da praga e a
volta dos tempos de abundância. A segunda parte descreve, em estilo
apocalíptico, o julgamento das nações e a vitória definitiva de Javé e de
Israel. A unidade entre as duas partes é garantida pela referência ao Dia de
Javé. Os gafanhotos são o exército de Javé enviado para executar Seu julgamento
– o Dia de Javé, em que só se poderá ser salvo pela penitência e oração; a
praga se torna um tipo de grande julgamento final, o Dia de Javé que iniciará
os tempos escatológicos. A ausência de referência a um Rei, as alusões ao
Exílio, mas também ao Templo reconstruído, os laços com o Deuteronômio e os
profetas posteriores – Ezequiel, Sofonias, Malaquias, Abdias, tudo isso faz
pensar que o livro tenha sido escrito por volta do ano 400 a.C.. Sua ligação ao
culto é evidente com uma liturgia penitencial, que termina com a promessa
profética do perdão divino. Joel é considerado como um profeta ligado ao culto
e ao serviço no Templo. O Livro não é a prestação de contas de uma pregação no
templo, antes ele é uma Escritura para ser lida. É o período final da corrente
profética, e a efusão do Espírito profético sobre todo o povo de Deus na era
escatológica responde ao desejo de Moisés. O Novo Testamento considera que o
anúncio é realizado na vida do Espírito Santo sobre os Apóstolos de Cristo, e
Pedro citará toda esta passagem: Joel é o profeta do Pentecostes. Ele também é o
profeta da da penitência, e seu convite ao jejum e à oração, clara influenciado
pelas cerimônias do Templo, ou redigido sob seu modelo, entrará naturalmente na
liturgia cristão da Quaresma”3.
Joel na História:
O profeta Joel é citado no discurso de Pedro
em Atos dos Apóstolos 2, exatamente após a vinda do Espírito Santo sobre os
Apóstolos e a Virgem Maria:
“Está acontecendo aquilo que o profeta Joel anunciou: ‘Nos últimos dias, diz o Senhor,
Eu derramarei o Meu Espírito sobre todas as pessoas.
Os filhos e filhas de vocês vão profetizar,
os jovens terão visões e
os anciãos terão sonhos.”
(Atos 2, 16-17)
Bibliografia:
Edições e Traduções:
- Michée,
Sophonie, Joel, Nahoum, Habaqqouq, texto francês do Abade Jean
Steinmann, introdução e comentários do Abade René Hanon, Desclée, 1961,
119 p.
Estudos:
- Martinho Lutero, Commentaire sur les révélations des profetas Joel et Jonas (1525), Crespin, 1558.
- Antoine-Jean Baumgartner, Le Profeta Joel, introduction critique, traduction et commentaire, avec un index bibliographique, publié d'après les notes de Eugène Le Savoureux, Fischbacher, 1888.
- Jacques Gloaquen, Joel, ou Le chemin de la restauration, Lillebonne, Foi et Victoire, 2004, 154 p.
- André-Marie Gerard, Dictionnaire de la Bible, 1989, p. 671
- Dictionnaire encyclopédique du judaïsme, 1996, p. 523
- La Sainte Bible traduite en français sous la direction de l'École Biblique de Jérusalem, [1]
Outros
projetos Wikimedia:
- Joel (profeta), em Wikimedia Commons
- Joel (profeta), em Wikisource
Liens externes:
- Livro de Joel [2]
- Introdução a Joel [3]
Tradução e
Adaptação:
Gisèle
Pimentel
Fontes:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%ABl_(proph%C3%A8te)
*
https://pt.wikipedia.org/wiki/Seder_Olam_Rab%C3%A1
https://fr.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%ABl_(proph%C3%A8te)#/media/File:0_Le_Proph%C3%A8te_Jo%C3%ABl_-_P.P._Rubens_-_Louvre_(INV_20230).JPG
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