22/10/2017

Beato Jacques Kern, Padre da Ordem Premonstratense (1897-1924), 20 de outubro



Franz Alexandre Kern, nasceu em Viena em 16 de abril de 1897. Ainda menino, já demonstrava firmemente sua vontade de ser padre. No Seminário Menor de Hollabrunn, ia frequentemente adorar o Santíssimo Sacramento.

Em 1915, aos 18 anos, durante a I Guerra Mundial (1914-1918) engajou-se voluntariamente no Exército Imperial. Na escola militar, Alexander ia todos os dias ajoelhar-se diante do Tabernáculo. Costumava ser alvo de piadas, mas ao mesmo tempo era muito admirado.

Em 1º de janeiro de 1916, em vigília junto ao Santíssimo Sacramento, durante a Oração das Quarentas Horas, Alexander pediu a graça de sofrer bastante. Logo foi atendido: no verão de 1916, foi enviado como tenente ao front sul e, em setembro, acabou tendo um pulmão perfurado causando um ferimento que nunca mais seria curado. Quando o retiraram do campo de batalha, os soldados choraram por seu “anjo da guarda”.

Em agosto de 1917, durante seu período de convalescença, entrou no Seminário de Viena. Em 1918, num período cismático na Igreja da Tchecoslováquia, Alexander entrou para a Ordem Premonstratense no lugar de um religioso que decidiu ir para aquela recém-criada igreja nacional.

Em 18 de outubro de 1920 recebeu, na Abadia de Geras, o hábito branco de São Norberto e o nome religioso Jakob/Jacques (em honra a Jacques Lacops, o mártir de Gorcum). Vivia seu noviciado de forma alegre e fiel, e desejava lutar pelo resgate dos que haviam se afastado do caminho da Salvação. Ordenado padre em Viena no dia 23 de julho de 1922, disse: “Minha primeira Missa é o meu primeiro Domingo de Ramos. Ele será seguido da Semana Santa.” Seus sermões vinham do fundo do coração e atingiam a alma da assembleia.

Em1923, precisaram retirar quatro costelas do agora Pe. Jacques, com anestesia local – começava então sua Via Crucis. Após um tempo de repouso, novos abcessos exigiram novas cirurgias. “É seu bom humor que o mantém em pé”, dizia a Irmã que dele cuidava. Permitiram-lhe retornar à abadia em meados de maio de 1924. Jacques retomou seu apostolado, agora limitado por causa de sua saúde fragilizada. Seu último sermão, durante o jubileu do bispo de Sankt-Pölten, intitulou-se: “Fiel ao bispo enquanto homem da Igreja”. Os abcessos persistiam, e na opinião do jovem padre, suas feridas purulentas eram como o trauma de um cisma para o Corpo místico de Cristo.

Em 20 de outubro de 1924, dia previsto para a profissão de seus votos perpétuos, tentaram operá-lo uma última vez, mas Jacques não tinha nenhuma ilusão. Pediu então que lhe trouxessem seu hábito branco para o seu enterro, dizendo: “Preparem tudo para a Comunhão. A última Comunhão, assim como a primeira, deve ser particularmente solene. Celebrarei minha profissão perpétua no Céu.” Durante a cirurgia, o capelão administrou-lhe a Unção dos Enfermos (então chamada de “Extrema Unção”) e abençoou-o para sua última viagem, rumo ao Pai Celestial. Jacques morreu naquele mesmo dia, em Viena, ao som do Angelus do meio-dia. Os fiéis, que não esqueciam o “bom Padre Jakob”, iam orar sobre seu súmulo no cemitério de Geras, e o invocavam como um padroeiro no Céu.

Jakob (Franz Alexandre) Kern foi beatificado em 21 de junho de 1998 em Viena, por São João Paulo II (Karol Józef Wojtyła, Pontífice entre 1978-2005). Cem religiosos da Ordem Premonstratense participaram da cerimônia. O Papa exortou os fiéis a imitar este herói da Igreja, convidando os padres a permancecerem fiéis à sua vocação.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20171020&id=16855&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=44761&language=FR&img=&sz=full

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