17/10/2017

São Lucas Evangelista, Médico e Artista Plástico (Século I), 18 de outubro - Dia dos Médicos



Do grego antigo Λουκᾶς, Lukás

São Lucas Evangelista, patrono dos pintores e médicos, é o autor do terceiro Livro dos Evangelhos, que tem o seu nome, e dos Atos dos Apóstolos. Ele era grego de Antioquia (atual Turquia). A informação de que seria médico é confirmada por uma passagem em Colossenses (4:14), na qual São Paulo descreve Lucas como “amado médico”. Um convertido na nova fé, ele acompanhou São Paulo na sua segunda jornada missionária, por volta do ano 51 d.C., permanecendo seis anos em Filipos, na Grécia, e participando da terceira jornada com Paulo, que incluiu o famoso naufrágio na costa de Malta.

Permaneceu com Paulo durante sua prisão. Paulo escreveu três vezes sobre Lucas no Novo Testamento: em Colossenses, em Timóteo e em Filêmon. É possível deduzir a presença de Lucas com Paulo nas jornadas missionárias pelas várias passagens nos “Atos dos Apóstolos” (16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16). Em 66 d.C., Lucas voltou para a Grécia, onde se acredita que veio a falecer com a idade de 84 anos “repleto do Espírito Santo”. Vários “Atos” relatam que foi martirizado, embora vários escolares acreditem que estas seriam lendas não confiáveis. Acredita-se que ele visitado a Virgem Maria e que teria pintado vários quadros da Mãe de Deus, em especial o lindo quadro conhecido como “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”. Seu trabalho estaria preservado em Roma na “Santa Maria Magiore”, embora as datas das pinturas sejam posteriores aos tempos apostólicos. O seu Evangelho foi escrito para os gentios.

Um dos aspectos mais interessantes de Lucas é que frequentemente alternava a história de um homem com a de uma mulher. Por exemplo, a cura do endemoniado (Lc 4:31-37), seguida da cura da sogra de Pedro (4:39-39); o escravo do centurião é curado (7:1-11) e, em seguida, vem a cura do filho da viúva de Nain; o Geraseno endemoninhado é curado (8:26-39), seguido da cura da filha de Jairo e da hemorroíssa (8:40-56).

Lucas também menciona as mulheres que assistiam Jesus no seu ministério (8:1-3) Assim, diferentemente de todos os outros evangelistas, São Lucas descreve um Jesus que se preocupa com o cuidado e a salvação das mulheres. Talvez, por isso, provavelmente Lucas teria aprendido muito a respeito de Jesus com a Virgem Maria. Somente ele e Mateus descrevem elementos obscuros ou escondidos da vida privada de Jesus, antes de Seu ministério público.

Ainda ao mencionar a sogra de Pedro, ele deixa claro e de maneira natural que Pedro era casado.
Lucas enfatiza a misericórdia e o amor de Deus para com a humanidade, sendo o único que descreve a parábola da ovelha desgarrada, do Bom Samaritano, do filho pródigo, de Lázaro. Ele é também o único que descreve o perdão de Jesus a Maria Madalena (Lc 7:47), a promessa ao bom ladrão e sua oração por aqueles que O mataram. Ele é também o único evangelista a registrar a “Ave Maria”, o “Magnificat”, o “Benedictus”, e o “Nunc Dimittis” que são todos usados na Liturgia das Horas (orações da noite, tarde e manhã). Lucas enfatiza o chamado à oração, à pobreza, à pureza de coração, o que teria um apelo específico aos gentios.

Lucas escreveu os “Atos dos Apóstolos”, também conhecido com “Atos do Espírito Santo”. É uma continuação do que conta em seu Evangelho, embora talvez os Atos sejam anteriores ao Evangelho. De acordo com Santo Eusébio e São Jerônimo, os Atos foram escritos durante a prisão de São Paulo, embora Santo Irineu pensasse que tinham sido escritos após a morte de São Paulo, lá pelo ano 66 d.C.. Euzébio diz que o Evangelho foi escrito antes da morte de Paulo, Jerônimo diz que foi depois e a tradição antiga diz que foi escrito pouco antes da morte de Lucas, quase no Século II. O Evangelho teria sido escrito entre 70 e 85 d.C., possivelmente na Grécia. Os Atos do Apóstolos detalham a Igreja nos tempos de 35 a 63 d.C., demonstrando um estilo de prosa soberbo, e um estilo de quem presenciou a fé.

Certas passagens dos Atos, escritas na primeira pessoa do plural, são usualmente usadas para indicar que o escritor estava com São Paulo em parte da sua segunda jornada missionária e, sem dúvida, na viagem que ambos fizeram à Itália. Eles estavam juntos quando o navio naufragou ao largo da costa de Malta (At 16:10s; 20:5s; 27-28). São Paulo diz nas suas cartas, quando preso: “Lucas é a minha única companhia”. Durante o martírio de Paulo, Lucas nunca saiu do seu lado. Acredita-se que ele conversava muito com a mãe de Jesus e com São João. As suas relíquias foram trasladadas para Constantinopla e Pádua.

De acordo com a Igreja Católica Ortodoxa Grega, São Lucas sempre andava com uma pintura de Nossa Senhora com ele, e esta foi o instrumento de várias conversões. Na verdade ele foi um grande artista e grande escritor, e suas narrativas inspiraram grandes escritores e mestres da arte, mas as pinturas existentes da Virgem, a ele atribuídas, são trabalhos de datas bem mais recentes. Não obstante, alguns julgam que o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro teria mesmo sido escrito por ele.

Pinturas excepcionais de São Lucas são as de Roger van Weyden, na Pinacoteca de Munique, na Alemanha; a de Jean Grossaert, em Praga; e a de Rafael, na Academia de São Lucas, em Roma. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado com um machado e, às vezes, pintando o retrato da Virgem Maria.

Revisão:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com.br/2008/10/so-lucas-evangelista-18-de-outubro-dia.html
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=52063&language=FR&img=&sz=full

Nenhum comentário:

Postar um comentário