24/10/2017

Santo Inácio, Patriarca de Constantinopla (797-877), 23 de Outubro





Inácio de Constantinopla (em grego: Ιγνάτιος; transl.: Ignatios -; em latim: Ignatius) foi o patriarca de Constantinopla de 4 de julho de 847 até 23 de outubro de 858 e novamente de 867 até a sua morte, em 23 de outubro de 877. É considerado santo, comemorado no dia 23 de outubro.

Soldados guardando Inácio após a sua deposição por Bardas
Escilitzes de Madri, detalhe fol. 76va
O seu nome de nascença era Nicetas e ele era filho do Imperador bizantino Miguel I e de Procópia. Seu avô por parte de mãe era o Imperador Nicéforo I, o Logóteta.

Vida e obras:
Embora ele fosse ainda uma criança, Nicetas recebeu um comando nominal de alguns novos corpos da guarda imperial, os Hicanátos. Ele foi castrado à força tornado-se, assim, incapaz de se tornar Imperador, pois o cargo não poderia ser ocupado por um eunuco, e tonsurado após a deposição de seu pai em 813. Inácio fundou três mosteiros na Ilha dos Príncipes, um lugar frequentemente escolhido para exilar membros tonsurados da Casa Real.

A Imperatriz-mãe, Teodora, designou Inácio – um firme opositor do iconoclasma – para suceder o patriarca Metódio I. Em 847, Inácio logo se envolveu no conflito entre os estuditas (monges do Mosteiro de Estúdio) e os moderados sobre a questão de depor ou não os clérigos que tinham cooperado com as políticas iconoclastas no passado. Inácio tomou a posição dos conservadores estuditas e depôs o Arcebispo de Siracusa, Gregório Asbestas, o líder do partido moderado. Asbestas apelou ao Papa Leão IV e, assim, iniciou-se o período de conflitos entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla.

Soldados guardando Inácio após a sua deposição, 
por Bardas Escilitzes de Madri, detalhe fol. 76va
Crítico feroz de César Bardas, Inácio perdeu apoio depois que o Imperador Miguel III, o Ébrio, e Bardas terem removido Teodora da corte, em 857. Inácio foi forçado a renunciar, sendo substituído pelo leigo Fócio. Quando este, por sua vez, reverteu algumas das políticas de seu predecessor, os aliados de Inácio apelaram ao Papa Nicolau I, que primeiro tentou não se intrometer na controvérsia, mas acabou condenando Fócio no Quarto Concílio de Constantinopla. As causas imediatadas deste conflito eram a questão da precedência do Papa em relação ao Patriarca, a inclusão da cláusula Filioque no Credo e a jurisdição sobre a recém-convertida Bulgária.

Em 867, Basílio I, o Macedônio, tomou o trono à força e, buscando o apoio de Nicolau I e de Luís II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, baniu Fócio e restaurou Inácio ao trono patriarcal. Reinstalado na função, Inácio se recusou a ceder ao papado e atraiu a Bulgária de volta para a órbita da Igreja Bizantina em 870. Como Inácio e Fócio perseguiam a mesma política, este último foi reconvocado e apontado como tutor dos filhos do Imperador. Quando Inácio morreu, em 877, Fócio foi reconduzido ao cargo pelo Imperador e reconfirmado no Quarto Concílio Grego de Constantinopla. Ele contribuiu para canonização de Inácio.

Bibliografia:
  • The Oxford Dictionary of Byzantium (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. 1991
  • "St. Ignatius of Constantinople" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
Revisão:
Gisèle Pimentel

Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_I_de_Constantinopla
https://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_I_de_Constantinopla#/media/File:IgnatiosWithMonks.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_I_de_Constantinopla#/media/File:SoldiersGuardIgnatios.jpg

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