Alberto Marvelli nasceu em Ferrara (Itália) em
21 de março de 1918, e era o segundo de seis irmãos. Cresceu numa família
profundamente cristã, onde a piedade caminhava lado a lado com a atividade
caritativa, catequética e social. Durante a juventude, frequentou o Patronado
Salesiano da Ação Católica, onde desenvolveu sua fé através de uma escolha
decisiva: “Meu programa se resume a uma
palavra: a santidade.” Na universidade, amadureceu sua formação cultural e
espiritual na FUCI, escolhendo Piergiorgio Frassati como modelo de vida.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Alberto
trabalhou durante um breve período nas fábricas da FIAT de Turim, tendo sido
dispensado das Forças Armadas pois três de seus irmãos já se encontravam no
front. Quando a Alemanha ocupou a Itália, em 1943, ele voltou para casa em
Rimini, onde decidiu cumprir seu dever de operário da caridade. Após os
bombardeios, era o primeiro a ir em socorro aos feridos, a encorajar os
sobreviventes, a assistir os moribundos e a resgatar vítimas presas sob
escombros. Alberto também distribuía aos pobres tudo o que conseguia arrecadar
de doações, como colchões, cobertas, alimentos. Ia à casa dos camponeses e
comerciantes para comprar todo tipo de gêneros alimentícios, colocava-os em sua
bicicleta e ia distribuir às famílias que sofriam com a fome e a doença. Às
vezes voltava para casa sem sapatos nem bicicleta, pois preferia socorrer os
que necessitavam também desses itens.
Durante a ocupação alemã, Alberto conseguiu
salvar da deportação inúmeros jovens. Através de ações corajosas e heroicas,
abriu vagões de trens já fechados que iam partir da estação de Santarcangelo di
Romagna, libertando assim homens e mulheres que seriam enviados aos campos de
concentração.
Após a libertação da cidade, em 23 de setembro
de 1945, foi constituída a primeira Junta do Comitê de Libertação e entre seus assessores
também estava Alberto, que não fazia parte de qualquer partido nem da
resistência, mas era reconhecido e admirado pelo trabalho que havia feito em
favor dos refugiados. Ele tinha apenas 26 anos, mas sabia enfrentar os
problemas com competência e as situações difíceis com coragem. A ele foi
confiada a tarefa mais difícil: a de cuidar da comissão para habitação que devia
organizar a alocação das moradias na cidade, resolver problemas jurídicos, requisitar
apartamentos, inevitavelmente gerando ressentimentos. A ele também foi confiada
a tarefa de reconstrução na qualidade de colaborador da seção destacada da
Engenharia Civil.
Alberto acabou se inscrevendo no partido
político da Democracia Cristã, abraçando seu engajamento político como um
serviço à coletividade: para ele, a atividade política poderia e deveria
tornar-se a expressão mais elevada da fé vivida.
Em 1945, o Bispo da diocese de Alberto
convidou-o a dirigir os Graduados Católicos. Ele então abriu uma Universidade
popular e iniciou um “sopão”, orando com os pobres e atendendo às necessidades
deles. Sua atividade em favor de todos era incansável: ele também foi um dos
fundadores dos ACLI (Associação Cristã Lavoratori [trabalhadores] – Italianos)
e igualmente fundou uma cooperativa de operários da construção. A intimidade
com Jesus Eucarístico jamais significou voltar-se para si mesmo, mas sim uma
força para realizar uma obra de redenção e libertação capaz de humanizar a face
da terra.
Na noite de 5 de outubro de 1946, aos 28 anos,
Alberto de bicicleta ia a uma reunião eleitoral quando foi atropelado por um
caminhão militar, morrendo algumas horas depois. Sua morte provocou uma
profunda comoção. Devido à sua maneira de viver o apostolado leigo no centro da
sociedade, Alberto é considerado um autêntico precursor do Concílio Vaticano
II.
Alberto Marvelli foi beatificado em Loreto
(província de Ancona, Itália) em 5 de setembro de 2004 por São João Paulo II.
Tradução e
Adaptação:
Gisèle
Pimentel
Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20171005&id=16729&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=40102&language=FR&img=&sz=full
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