Cipriano era
filho de um senador e nasceu no paganismo, em Cartago, por volta do ano 200.
Sua educação, digna de seu status, iluminou a grande capacidade da qual era
dotado. Voltava-se totalmente às ideias de glória e prazer, quando um padre
cristão, homem de alta distinção chamado Cecílio, buscou sua companhia com o
intuito de trazer para a fé cristã um jovem rapaz de tão grande mérito.
Logo o
espírito de Cipriano foi convencido pelos sábios ensinamentos de Cecílio; porém
seu coração tremia só de pensar no despojamento exigido pelo Evangelho. Como
ele, Cipriano, homem de tão elevadas honras, objeto da admiração universal,
livre para viver todas as alegrias e triunfos, poderia romper suas cadeias e
subjugar suas paixões? O combate em sua alma era duro; sua consciência lhe
gritava incessantemente: “Coragem, Cipriano! Seja lá o que custe, vamos a Deus!”
Enfim ele obedece a esta voz e recebe o Batismo.
A partir de
então Cipriano tornou-se outro homem; a graça facilitou muito as coisas para
ele, e o cumprimento do Evangelho parecia-lhe claramente ser a verdadeira
sabedoria. Vendeu todas as suas belas e vastas propriedades e doou o valor das
vendas aos pobres. Em pouco tempo seu mérito o elevou ao sacerdócio e ao
episcopado. A população cristã de Cartago tremeu de alegria ao saber sobre a
eleição de Cipriano à cátedra episcopal dessa cidade, pois compreendeu que no
momento em que a perseguição começasse, ameaçadora e terrível, o novo bispo
seria um modelo e um guia. O santo pontífice empregou todo o seu zelo para fortalecer
seu rebanho para o combate, glorificando os mártires e sendo severo e justo em
relação aos apóstatas.
Os pagãos
viram a importância de aprisionar o pastor que era a alma da resistência cristã
visando a desestabilizar mais facilmente o rebanho; mas Cipriano, vendo o
quanto a sua vida era útil para as almas confiadas aos seus cuidados, encontrou
um abrigo seguro de onde encheu admiravelmente seu dever apostólico com suas
cartas, suas exortações e a administração dos Sacramentos.
Enfim, após
vários anos, ele teve a revelação de seu martírio, que estava bem próximo, e se
preparou para vivê-lo com redobrado zelo de sua caridade. Cipriano foi
condenado a ter a cabeça decepada: gritou “Eu vos rendo graças, Senhor!” Como o
carrasco tremesse, o mártir o encorajou com bondade e lhe deu vinte e cinco
moedas de ouro; depois vendou seus próprios olhos e apresentou-lhe sua cabeça,
que rolou pelo chão, deixando-o banhado de sangue. São Cipriano escreveu em
latim inúmeros tratados, bem como cartas que que o igualam aos Pais e Doutores
da Igreja.
Entre seus
escritos se encontram:
Ad Donatum
/ A Donato: sobre a decadência moral de sua época;
Ad Quirinum
/ A Quirino: sobre os laços e as oposições entre o judaísmo e o cristianismo;
De habitu
virginum / Os hábitos das virgens (num contexto mais atualizado, os hábitos das
mulheres religiosas): sobre o modo das virgens se vestirem, que deve ser
simples e modesto;
De
Catholicae Ecclesiae unitate / Da unidade da Igreja católica: contra os que
buscam criar a divisão na Igreja;
De dominica
oratione / A oração do Senhor: comentário sobre o Pai Nosso;
De
mortalitate / A condição mortal do homem: sobre a doença;
De opere et
eleemosynis / A atividade prática e as esmolas: sobre as boas obras, a
perfeição e o martírio;
Ad
Demetrianum / A Demetriano: resposta aos ataques pagãos;
De lapsis /
Os decaídos: assim eram chamados os que haviam caído durante a perseguição de
Décio;
De bono
patientiae / A bondade da paciência: sobre a virtude da paciência.
Para saber mais:
>>>
Obras de São Cipriano
Para um
aprofundamento biográfico, ler a Catequese do Papa Emérito Bento XVI:
>>>
São Cipriano
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20170914&id=16460&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=43673&language=FR&img=&sz=full
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