12/09/2017

São Cipriano de Cartago, Bispo e Mártir (v. 200-258), 14 de setembro

Cipriano era filho de um senador e nasceu no paganismo, em Cartago, por volta do ano 200. Sua educação, digna de seu status, iluminou a grande capacidade da qual era dotado. Voltava-se totalmente às ideias de glória e prazer, quando um padre cristão, homem de alta distinção chamado Cecílio, buscou sua companhia com o intuito de trazer para a fé cristã um jovem rapaz de tão grande mérito.

Logo o espírito de Cipriano foi convencido pelos sábios ensinamentos de Cecílio; porém seu coração tremia só de pensar no despojamento exigido pelo Evangelho. Como ele, Cipriano, homem de tão elevadas honras, objeto da admiração universal, livre para viver todas as alegrias e triunfos, poderia romper suas cadeias e subjugar suas paixões? O combate em sua alma era duro; sua consciência lhe gritava incessantemente: “Coragem, Cipriano! Seja lá o que custe, vamos a Deus!” Enfim ele obedece a esta voz e recebe o Batismo.

A partir de então Cipriano tornou-se outro homem; a graça facilitou muito as coisas para ele, e o cumprimento do Evangelho parecia-lhe claramente ser a verdadeira sabedoria. Vendeu todas as suas belas e vastas propriedades e doou o valor das vendas aos pobres. Em pouco tempo seu mérito o elevou ao sacerdócio e ao episcopado. A população cristã de Cartago tremeu de alegria ao saber sobre a eleição de Cipriano à cátedra episcopal dessa cidade, pois compreendeu que no momento em que a perseguição começasse, ameaçadora e terrível, o novo bispo seria um modelo e um guia. O santo pontífice empregou todo o seu zelo para fortalecer seu rebanho para o combate, glorificando os mártires e sendo severo e justo em relação aos apóstatas.

Os pagãos viram a importância de aprisionar o pastor que era a alma da resistência cristã visando a desestabilizar mais facilmente o rebanho; mas Cipriano, vendo o quanto a sua vida era útil para as almas confiadas aos seus cuidados, encontrou um abrigo seguro de onde encheu admiravelmente seu dever apostólico com suas cartas, suas exortações e a administração dos Sacramentos.

Enfim, após vários anos, ele teve a revelação de seu martírio, que estava bem próximo, e se preparou para vivê-lo com redobrado zelo de sua caridade. Cipriano foi condenado a ter a cabeça decepada: gritou “Eu vos rendo graças, Senhor!” Como o carrasco tremesse, o mártir o encorajou com bondade e lhe deu vinte e cinco moedas de ouro; depois vendou seus próprios olhos e apresentou-lhe sua cabeça, que rolou pelo chão, deixando-o banhado de sangue. São Cipriano escreveu em latim inúmeros tratados, bem como cartas que que o igualam aos Pais e Doutores da Igreja.

Entre seus escritos se encontram:
Ad Donatum / A Donato: sobre a decadência moral de sua época;
Ad Quirinum / A Quirino: sobre os laços e as oposições entre o judaísmo e o cristianismo;
De habitu virginum / Os hábitos das virgens (num contexto mais atualizado, os hábitos das mulheres religiosas): sobre o modo das virgens se vestirem, que deve ser simples e modesto;
De Catholicae Ecclesiae unitate / Da unidade da Igreja católica: contra os que buscam criar a divisão na Igreja;
De dominica oratione / A oração do Senhor: comentário sobre o Pai Nosso;
De mortalitate / A condição mortal do homem: sobre a doença;
De opere et eleemosynis / A atividade prática e as esmolas: sobre as boas obras, a perfeição e o martírio;
Ad Demetrianum / A Demetriano: resposta aos ataques pagãos;
De lapsis / Os decaídos: assim eram chamados os que haviam caído durante a perseguição de Décio;
De bono patientiae / A bondade da paciência: sobre a virtude da paciência.

Para saber mais:
>>> Obras de São Cipriano
Para um aprofundamento biográfico, ler a Catequese do Papa Emérito Bento XVI:
>>> São Cipriano

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20170914&id=16460&fd=0
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=43673&language=FR&img=&sz=full

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