“Celebremos na alegria o nascimento da Virgem Maria: por ela nos veio o
Sol da justiça.” (Antífona de entrada)
Hoje uma porta virginal se aproxima: por ela o Deus que está além de
todos os seres deve “vir ao mundo corporalmente”, segundo a expressão de Paulo
(Hebreus 1, 6; Colossenses 2, 9). Hoje da raiz de Jessé um ramo saiu (Isaías
11, 1), de onde se elevará para o mundo uma flor unida por sua natureza à
divindade. Hoje, a partir da natureza terrestre, um Céu foi formado sobre a
terra por aquele que outrora tornou sólido o firmamento separando-o das águas e
elevando-o às alturas. Mas é um Céu muito mais surpreendente que o primeiro,
pois Aquele que no primeiro criou o sol surgiu, Ele próprio, deste novo Céu,
como um Sol de Justiça (Malaquias 3, 20). A Luz Eterna, nascida antes dos séculos
da Luz Eterna, o Ser imaterial e incorpóreo, recebe um Corpo desta mulher, e
como um esposo se lança fora dos aposentos nupciais (Salmo 18, 6).
Hoje, o “filho do carpinteiro” (Mateus 13, 55), a Palavra ativa, em
todos os lugares, Daquele que tudo fez por Ele, o Braço potente do Deus
Altíssimo, construiu para Si uma escada viva cuja base está plantada na terra e
cujo ápice se eleva até o céu. Nela Deus descansa; dela Jacó contemplou a
imagem (Gênesis 28, 12); por ela Deus desceu em sua imobilidade, inclinando-Se
com condescendência e, assim, “tornou-se visível sobre a terra e conversou com
os homens” (Baruc 3, 38). Esses símbolos representam Sua vinda aqui embaixo,
Sua descida por pura graça, Sua existência terrestre, o verdadeiro conhecimento
que Ele dá de Si mesmo àqueles que estão sobre a terra. A escada espiritual, a
Virgem, foi plantada na terra, pois da terra ela traz sua origem, mas sua
cabeça se eleva até o Céu. Por ela e pelo Espírito Santo foi que “o Verbo Se
fez Carne e habitou entre nós” (João 1, 14). É por ela que o Espírito Santo que
se cumpre a união de Deus com os homens.
São João de Damasco (v. 675-749), monge, teólogo, Doutor da Igreja
Homilia sobre a Natividade da Virgem, 3 (trad. cf SC 80, p.51)
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=commentary&localdate=20170908
http://saojoseoc.paroquia.net.br/a-natividade-de-maria/
Santos Adriano e Natália, esposos e mártires († IV s.)
Santo Adriano era um oficial de alta patente do exército romano. Aos
vinte e oito anos, vivia em Nicomédia com sua esposa Natália, no início da
perseguição imposta aos cristãos por Maximiano (por volta do ano 300). O
Imperador havia mandado prender vinte e três Cristãos que estavam escondidos
numa gruta, e ele lhes impunha todo tipo de suplício. Tendo assistido à cena,
Adriano lhe perguntou: “Por qual razão vocês suportam estes suplícios
intoleráveis e estas torturas horríveis?” Eles lhe responderam: “Suportamos
tudo isso para ganhar as delícias reservadas por Deus aos que sofrem por Ele,
delícias que nem os ouvidos podem escutar, nem as palavras podem exprimir.” Com
a alma iluminada pela graça divina, Adriano pediu então aos escribas para
juntarem seu nome aos dos Cristãos, gritando: “Isto será para mim um prazer,
morrer com eles por amor a Cristo!”
Logo ele foi acorrentado e jogado na prisão, enquanto aguardava o
julgamento. Quando Natália soube que seu marido tinha sido preso, pensando que
ele tinha cometido alguma infração, começou a chorar. Mas quando lhe disseram
que foi por ter confessado sua fé em Cristo, ela então vestiu suas roupas de
festa e correu para a prisão. Abraçando os objetivos de Adriano, louvou sua
resolução encorajando-o a permanecer firme nas provações que o esperavam.
Natália então voltou para casa pós pedir aos outros Mártires que intercedessem
por seu marido.
Quando Adriano soube qual era a sua sentença, foi autorizado a contar à
sua esposa a data de sua execução. Quando o viu chegando livre, Natália supôs
que ele havia sido solto por negar ao Cristo Salvador, e fechou a porta de casa
para que ele não pudesse entrar. Xingando-o por sua covardia, disse-lhe estas
palavras do Senhor: “Aquele, porém, que Me negar diante dos homens, também Eu o
negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10, 33). No entanto, quando
Adriano lhe contou a razão de sua vinda, ela lhe abriu todas as portas, começou
a beijá-lo e decidiu segui-lo até o lugar do suplício.
Alguns dias depois, Adriano compareceu diante do Imperador e, tendo
confessado sua fé, foi cruelmente flagelado. Em seguida, os soldados o
derrubaram e o chutaram tão fortemente que suas entranhas se espalharam pelo
chão. Adriano permanecia inabalável, encorajado pelos outros Mártires e por
Natália, que lhe dizia ao ouvido: “Não tema as torturas. A dor é breve, mas o
descanso será eterno.”
Quando os levaram de volta à prisão, arrastando-os pois não podiam mais
caminhar, Natália devotamente se ungiu com o sangue do marido, como se fosse o
bálsamo mais precisos. Mulheres piedosas foram cuidar das feridas dos
prisioneiros no calabouço, mas quando o Imperador proibiu-lhes o acesso ao
saber disso. Então Natália cortou os cabelos e, vestindo roupas masculinas,
conseguiu entrar na prisão e cuidar dos prisioneiros. Logo foi imitada pelas
outras mulheres. Informado de que haviam desobedecido suas ordens e que os
prisioneiros gozavam de alguma consolação em seus sofrimentos, Maximiano
ordenou que lhes esmagassem as pernas; foi assim que todos morreram sob o
efeito do sofrimento. Quando chegou a vez de Adriano, Natália o encorajou
pegando em sua mão, que os carrascos se apressaram em cortar. Quando a mão
caiu, Adriano entregou sua alma a Deus, completando o grupo dos mártires.
Como o tirano havia mandado destruir os despojos no fogo, Natália
conseguiu esconder a mão cortada de seu marido, colocando-a junto ao peito. Os
corpos foram jogados ao fogo, mas uma repentina e violenta chuva apagou a
fogueira. Um cristão chamado Eusébio conseguiu pegar as preciosas relíquias,
transportando-as para Argirópolis, perto de Bizâncio, onde foram dignamente
enterradas. Algum tempo depois, um poderoso general pediu que Maximiano lhe
desse Natália em casamento, mas esta, fiel a seu marido, orou a Adriano
pedindo-lhe que intercedesse junto a Deus para lhe poupar de tal provação.
Graças à intercessão dos mártires, ela conseguiu fugir e, chegando a
Argirópolis, enterrou a mão de Adriano junto ao restante de seu corpo. Natália
viveu lá por algum tempo, na companhia de outras mulheres e, após uma aparição
de Adriano, ela caiu doente, indo logo reencontrá-lo no Reino dos Céus.
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
Fontes:
http://cosaque.over-blog.net/article-saint-martyr-adrien-nathalie-son-epouse-et-leurs-23-compagnons-60100245.html
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=39977&language=FR&img=&sz=full
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