09/09/2017

Natividade da Virgem Maria - Santos Adriano e Natália, esposos e mártires († IV s.), 08 de setembro



“Celebremos na alegria o nascimento da Virgem Maria: por ela nos veio o Sol da justiça.” (Antífona de entrada) 

Hoje uma porta virginal se aproxima: por ela o Deus que está além de todos os seres deve “vir ao mundo corporalmente”, segundo a expressão de Paulo (Hebreus 1, 6; Colossenses 2, 9). Hoje da raiz de Jessé um ramo saiu (Isaías 11, 1), de onde se elevará para o mundo uma flor unida por sua natureza à divindade. Hoje, a partir da natureza terrestre, um Céu foi formado sobre a terra por aquele que outrora tornou sólido o firmamento separando-o das águas e elevando-o às alturas. Mas é um Céu muito mais surpreendente que o primeiro, pois Aquele que no primeiro criou o sol surgiu, Ele próprio, deste novo Céu, como um Sol de Justiça (Malaquias 3, 20). A Luz Eterna, nascida antes dos séculos da Luz Eterna, o Ser imaterial e incorpóreo, recebe um Corpo desta mulher, e como um esposo se lança fora dos aposentos nupciais (Salmo 18, 6).
Hoje, o “filho do carpinteiro” (Mateus 13, 55), a Palavra ativa, em todos os lugares, Daquele que tudo fez por Ele, o Braço potente do Deus Altíssimo, construiu para Si uma escada viva cuja base está plantada na terra e cujo ápice se eleva até o céu. Nela Deus descansa; dela Jacó contemplou a imagem (Gênesis 28, 12); por ela Deus desceu em sua imobilidade, inclinando-Se com condescendência e, assim, “tornou-se visível sobre a terra e conversou com os homens” (Baruc 3, 38). Esses símbolos representam Sua vinda aqui embaixo, Sua descida por pura graça, Sua existência terrestre, o verdadeiro conhecimento que Ele dá de Si mesmo àqueles que estão sobre a terra. A escada espiritual, a Virgem, foi plantada na terra, pois da terra ela traz sua origem, mas sua cabeça se eleva até o Céu. Por ela e pelo Espírito Santo foi que “o Verbo Se fez Carne e habitou entre nós” (João 1, 14). É por ela que o Espírito Santo que se cumpre a união de Deus com os homens. 

São João de Damasco (v. 675-749), monge, teólogo, Doutor da Igreja
Homilia sobre a Natividade da Virgem, 3 (trad. cf SC 80, p.51) 

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://levangileauquotidien.org/main.php?language=FR&module=commentary&localdate=20170908
http://saojoseoc.paroquia.net.br/a-natividade-de-maria/




Santos Adriano e Natália, esposos e mártires († IV s.)

Santo Adriano era um oficial de alta patente do exército romano. Aos vinte e oito anos, vivia em Nicomédia com sua esposa Natália, no início da perseguição imposta aos cristãos por Maximiano (por volta do ano 300). O Imperador havia mandado prender vinte e três Cristãos que estavam escondidos numa gruta, e ele lhes impunha todo tipo de suplício. Tendo assistido à cena, Adriano lhe perguntou: “Por qual razão vocês suportam estes suplícios intoleráveis e estas torturas horríveis?” Eles lhe responderam: “Suportamos tudo isso para ganhar as delícias reservadas por Deus aos que sofrem por Ele, delícias que nem os ouvidos podem escutar, nem as palavras podem exprimir.” Com a alma iluminada pela graça divina, Adriano pediu então aos escribas para juntarem seu nome aos dos Cristãos, gritando: “Isto será para mim um prazer, morrer com eles por amor a Cristo!”
Logo ele foi acorrentado e jogado na prisão, enquanto aguardava o julgamento. Quando Natália soube que seu marido tinha sido preso, pensando que ele tinha cometido alguma infração, começou a chorar. Mas quando lhe disseram que foi por ter confessado sua fé em Cristo, ela então vestiu suas roupas de festa e correu para a prisão. Abraçando os objetivos de Adriano, louvou sua resolução encorajando-o a permanecer firme nas provações que o esperavam. Natália então voltou para casa pós pedir aos outros Mártires que intercedessem por seu marido.
Quando Adriano soube qual era a sua sentença, foi autorizado a contar à sua esposa a data de sua execução. Quando o viu chegando livre, Natália supôs que ele havia sido solto por negar ao Cristo Salvador, e fechou a porta de casa para que ele não pudesse entrar. Xingando-o por sua covardia, disse-lhe estas palavras do Senhor: “Aquele, porém, que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10, 33). No entanto, quando Adriano lhe contou a razão de sua vinda, ela lhe abriu todas as portas, começou a beijá-lo e decidiu segui-lo até o lugar do suplício.
Alguns dias depois, Adriano compareceu diante do Imperador e, tendo confessado sua fé, foi cruelmente flagelado. Em seguida, os soldados o derrubaram e o chutaram tão fortemente que suas entranhas se espalharam pelo chão. Adriano permanecia inabalável, encorajado pelos outros Mártires e por Natália, que lhe dizia ao ouvido: “Não tema as torturas. A dor é breve, mas o descanso será eterno.”
Quando os levaram de volta à prisão, arrastando-os pois não podiam mais caminhar, Natália devotamente se ungiu com o sangue do marido, como se fosse o bálsamo mais precisos. Mulheres piedosas foram cuidar das feridas dos prisioneiros no calabouço, mas quando o Imperador proibiu-lhes o acesso ao saber disso. Então Natália cortou os cabelos e, vestindo roupas masculinas, conseguiu entrar na prisão e cuidar dos prisioneiros. Logo foi imitada pelas outras mulheres. Informado de que haviam desobedecido suas ordens e que os prisioneiros gozavam de alguma consolação em seus sofrimentos, Maximiano ordenou que lhes esmagassem as pernas; foi assim que todos morreram sob o efeito do sofrimento. Quando chegou a vez de Adriano, Natália o encorajou pegando em sua mão, que os carrascos se apressaram em cortar. Quando a mão caiu, Adriano entregou sua alma a Deus, completando o grupo dos mártires.
Como o tirano havia mandado destruir os despojos no fogo, Natália conseguiu esconder a mão cortada de seu marido, colocando-a junto ao peito. Os corpos foram jogados ao fogo, mas uma repentina e violenta chuva apagou a fogueira. Um cristão chamado Eusébio conseguiu pegar as preciosas relíquias, transportando-as para Argirópolis, perto de Bizâncio, onde foram dignamente enterradas. Algum tempo depois, um poderoso general pediu que Maximiano lhe desse Natália em casamento, mas esta, fiel a seu marido, orou a Adriano pedindo-lhe que intercedesse junto a Deus para lhe poupar de tal provação. Graças à intercessão dos mártires, ela conseguiu fugir e, chegando a Argirópolis, enterrou a mão de Adriano junto ao restante de seu corpo. Natália viveu lá por algum tempo, na companhia de outras mulheres e, após uma aparição de Adriano, ela caiu doente, indo logo reencontrá-lo no Reino dos Céus.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes:
http://cosaque.over-blog.net/article-saint-martyr-adrien-nathalie-son-epouse-et-leurs-23-compagnons-60100245.html
http://levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=39977&language=FR&img=&sz=full

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