Maria Tuci, postulante, em 1945 ou 1946.
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Maria Tuci é uma
beata leiga albanesa. Nasceu perto de Mirdita em 12 de março de 1928 e morreu
em 24 de outubro de 1950 em Shkodër. Levada presa por sua fé cristã,
morreu devido às torturas sofridas. Foi declarada mártir e beatificada em 5 de
novembro de 2016 com os Mártires da Albânia, dos quais ela era a única mulher.
Sua memória é festejada em 24 de outubro.
Biografia:
Maria Tuci (ou Marije Tuçi) nasceu
no vilarejo de Ndërfushaz perto de Rrëshen, distrito de Mirdita na
Albânia. Era filha de Nikoll Mark Tuci e de Dila Fusha. Estudou no Instituto
das Pobres Filhas dos Santos Estigmas de São Francisco de Assis, comumente
chamadas de Estigmatinas1.
Vocação e Ensino:
Nesse Instituto, Maria aprendeu matérias
acadêmicas, mas também, e sobretudo, o modo cristão de lidar com o povo. Ela se
sente, assim, chamada ao apostolado da vida religiosa, e pede sua admissão no
Instituto como postulante1.
Com Davida Markagjoni, Maria é designada como
professora em 1946, ambas escolhidas por sua tenacidade e fé, nos países de
Gozan e Sang, a pedido de D. Frano Gjini, bispo e abade de Santo
Alexandre de Oroshit. Num estado que havia se tornado oficialmente ateu, elas
temunhavam Deus e ensinavam secretamente o catecismo. Maria Tuci usava seus
próprios recursos financeiros para comprar o material escolar de seus alunos.
Pariticipava também de panfletagens contra fraudes eleitorais. Para participar
da missa, caminhava cerca de seis ou sete km1.
Prisão:
A perseguição contra os católicos obrigou as
religiosas estigmatinas a deixar seu país ou a se dispersarem, e Maria retornou
à casa de sua família. Em 7 de agosto de 1949, o secretário do Partido
Comunista do distrito de Mirdita foi assassinado. Em represália, quatro dias
depois trezentas pessoas do bairro, em sua maioria católicas, foram presas;
Maria estava nesse grupo, do qual ela era a única mulher1. Condenada
a três anos de prisão condicional, Maria foi encarcerada com três outros
prisioneiros numa cela fria, sem luz nem ventilação, com água da chuva na
altura dos colchões1.
Tortura e morte:
Maria foi torturada, humilhada e agredida
sexualmente2. Um dos membros da polícia secreta, Hilmi Seiti,
apreciando sua beleza, quis forçá-la a ter relações sexuais com ele, o que
Maria recusa terminantemente. Então, os maus tratos acabaram aumentando ainda
mais1.
Diante da beleza da moça e de sua recusa3,
seu torturador Hilmi Seiti disse-lhe que nem mesmo seus familiares a
reconheceriam. Maria então foi posta num saco junto com um gato raivoso, que os
guardas espancavam com um bastão1,4,2. Tais arranhões e mordidas de
gato, se não forem imediatamente tratados, podem levar à morte2.
Maria foi então hospitalizada. Em 22 de agosto
de 1950, um ano após sua prisão, algumas religiosas puderam ir vê-la1.
Maria estava completamente desfigurada3, irreconhecível. Ela disse: “Foi
isso que Hilmi Seiti me disse: ‘Te deixarei num estado tal que mesmo os membros
da tua família não poderão te reconhecer’. Agradeço a Deus por morrer livre!”
Maria morreu dois meses mais tarde, em 24 de outubro de 1950, no Hospital Civil
de Shkodër5.
Na Catedral da Arquidiocese de Shkodër-Pult,
uma
capela é dedicada aos mártires da Albânia com suas fotos;
a de Maria Tuci é a
4ª em baixo, da direita para a esquerda.
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Foi somente pós a queda do regime que
comandava a Albânia que seus restos mortais puderam ser identificados por
algumas freiras que permaneceram fiéis à sua vocação, apesar de terem sido
dispersas durante a perseguição. O corpo de Maria foi, inicialmente, enterrado
no cemitério católico de Shkodër e, posteriormente, transferido para a igreja
das Irmãs Estigmatinas, na mesma cidade1.
Beatificação:
Após ser reconhecida como mártir em 27 de
abril de 20166, Maria Tuci foi proclamada beata em 5 de novembro do mesmo
ano durante a cerimônia de beatificação presidida em Shkodër pelo
Cardeal Angelo Amato, junto ao grupo de trinta e oito mártires da Albânia, dos quais
ela é uma de três leigos e a única mulher do grupo5,3. Sua festa foi
fixada em 24 de outubro, dia de sua morte1.
Notas e
referências:
- a, b, c, d, e, f, g, h, i, j e k (it) Emilia Flocchini, « Beata Maria Tuci », sur santiebeati.it, 26 de outubro de 2016 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- a, b e c (en) Ines A. Murzaku, « Albanian martyr a classic example of ‘genius of women’ », em cruxnow.com, 18 de julho de 2016 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- a, b e c (it) Mimmo Muolo, « Beatificazione. Martiri albanesi, sangue che «rinnova» la storia », em avvenire.it, Avvenire, 5 de novembro de 2016 (consultado em 16 de janeiro de 2017).
- (sq) « Kurajozja Maria Tuci, e vetmja martire grua drejt lumturimit », em shqiptarja.com, 20 de setembro de 2014 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- a e b (en) « 38 martyrs killed by the Communist regime beatified in Albania », em radiovaticana.va, Radio Vatican, 5 de novembro de 2016 (consultado em 16 de janeiro de 2017).
- « Albanie : 38 martyrs catholiques vont être béatifiés », em la-croix.com, La Croix - Urbi et Orbi, 27 de abril de 2016 (consultado em 16 de janeiro de 2017).
Bibliografia
e fontes:
- (en) Ines A. Murzaku, « Albanian martyr a classic example of ‘genius of women’ », em cruxnow.com, 18 de julho de 2016 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- (sq) « Kurajozja Maria Tuci, e vetmja martire grua drejt lumturimit », em shqiptarja.com, 20 de setembro de 2014 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- (it) Emilia Flocchini, « Beata Maria Tuci », em santiebeati.it, 26 de outubro de 2016 (consultado em 15 de janeiro de 2017).
- (de) Markus W. E. Peters, Geschichte der katholischen Kirche in Albanien 1919–1993, Wiesbaden, 2003.
Tradução e
Adaptaçãoi:
Gisèle
Pimentel
Fontes:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Maria_Tuci
https://fr.wikipedia.org/wiki/Maria_Tuci#/media/File:Maria_Tuci_postulante_1945-46.png
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/Shkoder_101.JPG