São Nicéforo (Nicéforo I) foi um escritor Cristão bizantino e Patriarca de Constantinopla de 806 a 815. Nasceu em Constantinopla no seio de uma família estritamente ortodoxa, que muito sofreu sob o governo dos iconoclastas: seu pai, Teodoro, um dos secretários do imperador Constantino Coprônimo, foi exilado devido ao seu zelo extremado pelo uso das imagens sacras. Seu filho, Nicéforo, herdou suas convicções religiosas. Entrou para o serviço do imperador, tornando-se secretário do gabinete imperial. Sob o comando da imperatriz Irene, tomou parte do sínodo de ano de 787 como comissário imperial. Depois retirou-se para um claustro que ele mesmo fundara, em Propontis, até ser nomeado para outro posto.
Logo após a morte de São Tarásio, mesmo sendo leigo, foi eleito Patriarca de Constantinopla por desejo do imperador em 12 de abril de 806, na Páscoa, devido à sua integridade e dedicação à caridade e bom teólogo, embora não fosse sacerdote e sim secretário do Imperador durante o Império Bizantino.
Sua elevação espiritual fora sempre notada pela sua dignidade e religiosidade, mostrando-se inflexível às intromissões dogmáticas dos imperadores, na época tão comum, os quais tentavam subordinar a Igreja à soberania real, causando grandes discussões teológicas. Este fato, somado ao descontentamento existente na época em relação a Roma, acabou conduzindo à separação ou cisão entre a Igreja Oriental e a Igreja Ocidental, cuja sede fica em Roma.
A eleição pouco canônica do novo Patriarca encontrou, inicialmente, oposição da parte estritamente clerical. Pouco a pouco, porém, ela se intensificou, até romper completamente com Nicéforo. Às disputas teológicas sem sentido, em dezembro de 814, seguiram-se os insultos pessoais. Inicialmente Nicéforo pediu sua destituição pela excomunhão, mas foi forçado a permanecer, sendo levado a um dos claustros por ele fundado, o Tou Agathou (O Bom), chamado depois de Tou hagiou Theodorou (O Santo Teodoro). Assim, começou uma polêmica literária pela causa das imagens (ícones) contra o sínodo de 815; por fim, foi prometida tolerância às imagens graças à mudança de imperadores, no ano 820. Por sua inflexibilidade em não trair sua consciência diante da sua fidelidade perante a Igreja, Nicéforo foi desterrado em 815 até 829, ano de sua morte.
Nicéforo morreu no mosteiro Tou Agathou, reverenciado como confessor, sendo considerado mártir pela sua devoção à religião. Isso ocorreu por ter defendido o culto às imagens sagradas contra a heresia dos iconoclastas.
É honrado como mártir pelo muito que sofreu nas perseguições de que foi vítima, por sua fidelidade à doutrina e ao espírito da Igreja, vindo a falecer no desterro (exílio), pena que era aplicada a quem desrespeitava as normas do Estado na época.
Seus restos mortais foram solenemente levados a Constantinopla pelo Patriarca Metódio I de Constantinopla em 13 de março de 874, e depositados na igreja dos Santos Apóstolos, onde anualmente eram objeto de devoção imperial. Sua festa se celebra neste dia tanto na Igreja Grega como na Romana; além disso, os gregos celebram 2 de junho como o dia de sua morte.
Links externos
· São Nicéforo (Catholic Encyclopedia) (em inglês)
Predecessor: São Tarasio | Patriarca de Constantinopla 806–815 | Sucessor: Teodoro I |
Fontes:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Nic%C3%A9phore_Ier_de_Constantinopla
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Nic%C3%A9foro
http://es.wikipedia.org/wiki/Nic%C3%A9foro_de_Constantinopla
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Chludov_Nikephoros_I_of_Constantinopla.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5a/Nicephorus_sends_an_epistle_to_emperor_Michael_II_in_favour_of_the_icons_restoration_Chronikon_of_Ioannis_Skylitzes.jpg
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