10/05/2011

São Francisco de Jerônimo, Missionário, Jesuíta (1642-1716), 11 de Maio

O primeiro de 11 irmãos, Francisco de Jerônimo nasceu a 17 de Maio de 1642 em Grottaglia, a pouca distância de Tarento, na Itália. Aos II anos foi confiado pelos pais a uma Congregação eclesiástica que fundara Monsenhor Carácciolo. Os estudos superiores ele fez com os jesuítas; a filosofia, no colégio de Tarento, e a teologia, no de Nápoles, onde foi ordenado sacerdote no ano de 1666.
Antes de entregar-se ao ministério direto com as almas, pediu aos Padres da Companhia de Jesus que o admitissem como prefeito de disciplina no colégio de Nápoles. Nele esteve quatro anos, e conta-se que os alunos lhe chamavam o prefeito santo, fama que obteve praticando à letra o Evangelho. Um dia teve de castigar severamente uma falta grave de disciplina. O irmão do culpado enfureceu-se contra o Prefeito, insultou-o publicamente e chegou a dar-lhe uma bofetada. Francisco ofereceu-lhe a outra face com a maior serenidade de espírito.
Quando, a 1º de Julho de 1670, pediu para ser admitido na Companhia de Jesus, disse o P. Reitor: «Hoje é dia de glória para a Companhia, porque hoje lhe dá Deus um santo.» Assim foi, na realidade.
Depois do primeiro ano de noviciado, começou as suas missões no território de Ótranto. O povo dizia: «O Padre Jerônimo é um anjo descido do céu para bem das nossas almas.» Ao completar o quarto ano de vida religiosa, foi destinado como operário para a casa professa do «Gesu Nuovo» de Nápoles, onde hoje se veneram os seus restos. Os trabalhos apostólicos e os martírios do Japão e da Índia moveram-no a pedir duas vezes aquelas missões. Em 1678, respondeu-lhe o Geral que as suas índias e o Japão deviam ser a cidade e o reino de Nápoles.
 Todos os domingos, no princípio, e depois também nos dias de festa, pregava ao ar livre sobre a necessidade da penitência, a morte e as suas amargas surpresas, o juízo de Deus e os tormentos eternos do inferno. Na sua luta ativa e constante contra a imoralidade, foi repetidas vezes ameaçado e até maltratado à mão armada: «Considerar-me-ia demasiado feliz, dizia ele, se morresse por causa de restituir uma alma Àquele que morreu para salvar a minha.»
Durante 30 anos seguidos, trabalhou com os mais pobres e abandonados da sociedade: mulheres de má vida, presos condenados a trabalhos forçados nas obras e estaleiros, galeotes da frota espanhola, presos do Tribunal de Vicaria, que eram os piores, carregadores do porto de Nápoles e escravos muçulmanos que vinham a bordo dos navios.
Tudo isto lhe parecia muito pouco diante do muito que tinha feito por ele «o Verbo feito carne», «Jesus Crucificado», o «seu Jesus Ermitão», como costumava chamar ao Hóspede solitário do Sacrário. Nos trabalhos e tribulações inesperadas, dizia: «Mereço muito mais que tudo isto!», «Ainda é pouco para o que mereço!»
Deus abençoou com manifestos milagres o zelo e a humildade do seu servo. Trazia consigo uma relíquia do mártir São Ciro e a ela atribuía sempre todas as suas curas. A um Padre que presenciara um milagre disse: «Não pode imaginar, Padre, quantos doentes conheço a quem são Ciro curou. Veja este menino. Estava raquítico e aleijado. São Ciro colocou-o bom num segundo, como o fez já com outros 46. Vi-o dar a vista a cegos, ouvido a surdos, razão aos loucos e vida aos moribundos. Os milagres obtidos com esta relíquia de São Ciro passam já de milhares.»
O seu ideal era trabalhar até ao último instante: «Enquanto conservar um alento de vida, irei, ainda que seja arrastado, pelas ruas de Nápoles. Se cair debaixo da carga, darei graças a Deus. Um animal de carga deve morrer debaixo do fardo.»
Um ano depois de assim falar, a II de Maio de 1716, olhando fixamente para o céu, entregava a alma ao Senhor. Tinha 73 anos. Pio VII beatificou-o no ano de 1806 e Gregório XVI concedeu-lhe as supremas honras dos altares em 1839.

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