18/05/2011

Santos Teódoto, Tecusa e Companheiros, Mártires, 18 de Maio

Teódoto era um cristão devoto e muito caridoso, cuja educação havia sido confiada a uma jovem chamada Tecusa. Exercia a profissão de administrador de pousada, em Ancira de Galatia. Durante a perseguição de Diocleciano os cristãos daquela província sofreram as piores crueldades por parte do governador. Teódoto se atrevia a visitar os cristãos prisioneiros, queimando os cadáveres dos mártires, pondo assim em risco a sua própria vida. Um dia, enquanto transportava os restos mortais de São Valente,que havia retirado do rio Halis, encontrou próximo ao povoado de Malus vários cristãos que, há pouco, haviam recuperado a liberdade, graças aos seus bons ofícios. Alegraram-se muito ao vê-lo e convidaram-no a comer ao ar livre com eles e com um sacerdote proveniente de uma localidade chamada Fronto. Durante a conversa Teódoto percebeu que aquele era um local ideal para se construir uma capela para guardar as relíquias dos mártires. “Sim” respondeu o sacerdote, “mas para isto é necessário que primeiro tenhamos as relíquias”. “Podem então construir a capela”, disse Teódoto, “que eu me encarrego de conseguir as relíquias”. E, como prova da seriedade de sua promessa, deu seu próprio anel ao sacerdote.
Pouco tempo depois, em Ancira, celebrava-se a festa anual de Artemisa e Atenea, durante a qual se submergiam no rio as estátuas dessas deusas enquanto as jovens consagradas ao seu culto se banhavam publicamente no rio. Na prisão de Ancira havia sete jovens cristãs, entre as quais estava Tecusa. Como não tivesse podido vencer a firmeza e a determinação destas jovens, o governador ordenou que fossem colocadas nuas sobre um carro aberto, e seguissem assim procissão das estátuas da deusa e, caso não consentissem em usar as vestes e guirlandas das sacerdotisas, fossem lançadas ao rio para morrer afogadas. Como as jovens se recusassem a atender, os carrascos amarraram grandes pedras aos seus pescoços atirando-as no rio. Teódoto recolheu então os corpos das mártires dando-lhes sepultura cristã, durante uma tempestuosa noite, enquanto os guardas se protegiam da chuva. Tendo sido denunciado por um apóstata, Teódoto foi decapitado, depois de sofrer terríveis torturas.
Precisamente no dia em que Teódoto foi martirizado, o sacerdote foi a Ancira com o seu asno para vender vinho. Chegou à cidade já era noite. Como as portas estivessem fechadas, aceitou com prazer o convite feito pelos soldados para passar a noite no acampamento. Durante a conversa, soube que os soldados estavam guardando o local onde, no dia seguinte, o corpo de seu amigo Teódoto seria queimado. Imediatamente lhes deu a beber de seu vinho, até que perdessem a consciência. Depois, colocou de volta no dedo de Teódoto o anel que este lhe havia dado, o corpo sobre o asno deixando o animal em liberdade, pois sabia que se dirigiria instintivamente para casa. Na manhã seguinte, pôs-se a anunciar em alta voz a todo o acampamento que haviam roubado o corpo, livrando-se assim de qualquer suspeita. Como previsto, o asno conduziu o corpo de Teódoto até Malus, local onde foi edificada a capela que o próprio Teódoto havia projetado construir. Suas relíquias foram assim postas nesta capela.

Tradução e publicação neste site com autorização de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

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