São Hugo nasceu numa família nobre e rica da Borgonha (França). Era filho de Damásio de Semur (995-1048), Barão de Semur, Senhor do Castelo de Semur-en-Brionnais na comuna francesa de Semur-en-Brionnais, em Saône-et-Loire, e de Aremberga da Borgonha. Hugo era filho do segundo casamento de Damásio. Sua mãe preferia a vida retirada à da corte, e se ocupava pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos. Em vão o pai de Hugo tentou lhe dar uma educação militar: os cavalos, as armas e a caça não atraíam nem um pouco o menino, que se alegrava com uma vida retirada, com a visita a igrejas e com a leitura dos Livros Sagrados.
Aos dezesseis anos, Hugo foi bater à porta do mosteiro de Cluny: "Que tesouro, disse um de seus mais veneráveis monges, recebe hoje o convento de Cluny! " Aos vinte e cinco anos, o jovem monge era já prior do mosteiro e, pouco tempo depois, morrendo o santo abade Odilon, Hugo foi eleito o novo abade. As honras, longe de afetarem a sua virtude, foram um sinal do seu crescimento na caminhada rumo à perfeição.
Desde então, Hugo exerceu na Igreja inteira, pela confiança que lhe testemunharam os Papas, uma grande e salutar influência; ele assistiu o Papa Estêvão X em seu leito de morte; foi venerado e consultado pelos Santos Papas Gregório VII, Urbano II e Pascal II, que haviam sido seus filhos espirituais, monges em Cluny, antes de serem eleitos ao trono de São Pedro.
Hugo sempre foi incansável na defesa dos direitos da Igreja contra os príncipes deste mundo, e ninguém mais do que ele combateu com tanto vigor os abusos que tinham invadido o clero naquela época conturbada.
Tendo recebido o anúncio sobrenatural de que sua morte se aproximava, Hugo preparou-se redobrando as austeridades e o fervor. Apesar de seus oitenta e cinco anos, ele suportou até o fim, durante a Quaresma de 1109, o peso do trabalho e das penitências monásticas. Na Quinta-feira Santa, ele participou do Ofício e distribuiu aos pobres as esmolas e doações costumeiras, lavou os pés dos Irmãos, arrancando-lhes lágrimas com uma emocionante homilia sobre o Evangelho. Hugo participou de todos os Ofícios da Sexta-feira Santa e do Sábado Santo, e ainda pôde celebrar a solenidade de Páscoa; à noite, porém, esgotado, precisou permanecer na cama e recebeu a Unção dos Enfermos: «Reconheceis, disseram-lhe, o Corpo Sagrado do Salvador?» «Sim, respondeu ele, eu O reconheço e O adoro!» Hugo morreu deitado sobre cinzas e cilício. «No momento em que os últimos raios de sol se apagam no horizonte, escreveu seu biógrafo, apagou-se também este grande sol da Ordem Monástica.»
São Hugo era amigo de Santo Udalrico, São Pedro Damião, São Bruno e inúmeros outros Santos. Sob sua autoridade, a Ordem de Cluny chegou a ter mais de trinta mil monges.
Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com
Fontes :
Abade L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano (Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20110429&id=3670&fd=0
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_de_Cluny
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/03/Hugo-v-cluny_heinrich-iv_mathilde-v-tuszien_cod-vat-lat-4922_1115ad.jpg
Nenhum comentário:
Postar um comentário