07/07/2011

Os Santos 45 Mártires de Nikópolis (+ Século IV), 10 de Julho

Estes santos foram martirizados na cidade de Nikópolis, Armênia, no início do Século IV. Era a época do imperador Licínio. Nesse grupo de mártires encontravam-se Daniel, Mauricio, Antonio e Leão, os mais conhecidos, e líderes espirituais do grupo.
Após tomarem conhecimento de um decreto contra os cristãos, publicados por ordem do imperador, os Santos Mártires se apresentaram diante de Licínio e confessaram sua fé. Este, após escutá-los, perguntou-lhes por que não adoravam aos deuses pagãos, ao que responderam: «Cristo nos ensinou a não prestarmos adoração a deuses que não existem.» Ouvindo a resposta, Licínio ordenou que lhes amarrassem os pés e as mãos e conduzissem todos à prisão, privando-os de água e pão. Os Santos passaram a noite em oração, dizendo: «Abençoa-nos, Senhor, Rei glorioso, porque Tu és a Vida verdadeira, oferecida em sacrifício por nós, pecadores, Tu que és o Filho do Deus verdadeiro; concede, Senhor, que de tal modo estejamos unidos, que nos tornemos uma só alma, e assim possamos testemunhar a Ti; e que, juntos, possamos empreender a viagem ao Reino de Deus!»
Na manhã seguinte, Licínio ordenou que fossem trazidos à sua presença. Perguntou-lhes, então, se haviam se arrependido de sua posição de não adorar aos deuses pagãos. Eles, num só coração e a uma só voz responderam: «Somos cristãos.» Movido de ódio, o imperador ordenou que lhes cortassem as mãos e os pés; depois, foram todos lançados ao fogo. Assim, unidos pela mesma fé, no mesmo sentimento, foram dignos de receber o título de Mártires de nossa Santa Igreja.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
Fonte:

06/07/2011

São Pancrácio, Bispo, Mártir (+ Século I), 09 de Julho

Era natural de Antioquia e viveu na época dos Apóstolos. Ainda jovem, foi com seus pais a Jerusalém e lá se batizou. Logo após a morte de seus pais, Pancrácio desejou dedicar-se de corpo e alma a Cristo e à propagação de Seu Evangelho. No entanto, como fazê-lo, se herdara toda a riqueza de seus pais?
A resposta, Pancrácio encontrou nas próprias palavras do Senhor: «Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me!» (Mt 19, 21) De fato, Pancrácio pôs em prática esta exigência: libertou os escravos, repartiu todos os bens com os pobres e, livre de todas as preocupações existenciais, dedicou-se exclusivamente à propagação da Palavra do Evangelho. Seguiu São Pedro e São Paulo em Antioquia e, em Kilikίa, encontrou o Apóstolo São Paulo, que nomeou-o bispo de Tabromenίu, na Siscilia.
São Pancrácio foi notável neste cargo, destacando-se por suas virtudes como um perfeito pastor, ensinando e servindo com amor seus fiéis. Com sua pregação, à luz do conhecimento de Deus, chamou a atenção do povo que o escutava. Muitos, convertidos à fé cristã através de suas pregações passaram a segui-lo, inclusive o soberano do lugar, de nome Bonifácio. Fundou neste lugar um santo templo para o culto cristão. No entanto, sua notabilidade chamou a atenção dos judeus e idólatras que, movidos pela inveja de seu trabalho evangélico, mataram Pancrácio enquanto este orava por eles.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
Fontes:

05/07/2011

São Procópio, Mártir, 08 de Julho

São Procópio foi o primeiro dos mártires da Palestina, logo no começo da Era Cristã. Era um homem cheio da graça divina que, desde menino cultivou a castidade, exercitando-se na prática das virtudes. A força que sua alma encontrava na palavra de Deus dava vigor ao seu corpo. Sobrevivia a pão e água, alimentando-se somente a cada dois ou três dias. Em certas ocasiões prolongava seu jejum por uma semana inteira (vale lembrar que, naquela época, muitas vezes os alimentos eram escassos e a pobreza era muito grande, naquela região. De certa forma, as pessoas já estavam habituadas a se alimentarem pouco – G.P.). A meditação da palavra de Deus absorvia sua atenção dia e noite, sem a menor fadiga. Era amável e bondoso, mas se considerava o último dos homens, e a todos edificava com suas palavras. Concentrava seus estudos na Palavra de Deus e tinha apenas algum conhecimento das ciências profanas. Nasceu em Aelia (Jerusalém), mas residia em Escitópolis (Betsán), onde desempenhava três cargos eclesiásticos. Lia e traduzia a língua síria e expulsava os maus espíritos através da imposição de mãos.
Enviado com seus companheiros, de Escitópolis a Cesaréia, foi preso enquanto atravessava pelos portões da cidade. Antes de ser algemado e conduzido à prisão, Procópio foi levado ante o juiz Flaviano, que tentou persuadi-lo de oferecer sacrifícios aos deuses. Mas ele proclamou em alta voz que «só existe um Deus, criador e autor de todas as coisas». Esta resposta impressionou o juiz que, não tendo como replicar, buscou ainda convencê-lo a que, ao menos, oferecesse sacrifícios aos imperadores. Porém, o mártir de Deus, ignorando seu conselho, reagiu. «Lembra-te, disse ele, dos versos de Homero: ‘Não convêm que haja muitos senhores’; tenhamos, pois, um só chefe e um só rei.» Como essas palavras representassem uma injúria contra os imperadores, o juiz ordenou que Procópio fosse executado imediatamente.
Os carrascos cortaram-lhe a cabeça, e assim Procópio passou para a eternidade, no sétimo dia do mês de julho, no primeiro ano de nossa perseguição. Este martírio teve lugar em Cesaréia.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Fonte:

04/07/2011

Santa Kiriaki (Domingas), a Grande Mártir, 07 de Julho

Santa Kiriaki (Domingas, em português), era filha de Doroteo e Eusébia. O casal não tinha filhos, e pedia insistentemente a Deus que lhes concedesse um. Deus ouviu seus rogos e Eusébia concebeu uma filha. A menina nasceu num domingo, e por isso lhe deram o nome de Kiriaki.
Durante a perseguição de Diocleciano, seus pais foram presos e, em seguida, submetidos a interrogatório, torturados e decapitados pelo Duque Loisto. Kiriaki foi levada ao César Maximiano e, dali, para o soberano de Bizínias, Ilariano, que lhe disse que a sua beleza era para prazeres e não para torturas. Kiriaki respondeu então prontamente: «Nem à minha juventude, nem à minha beleza eu dou a menor importância; as mais brilhantes coisas deste mundo são passageiras como as flores, e vazias como as sombras. Hoje eu sou bela, amanhã serei uma velha cheia de rugas e feia. Por que faria eu então, de minha beleza o centro da minha vida? Que valor terá na sepultura que a espera? Pensaste, pois, que eu poderia ser tão inconsciente de perder meu eterno esplendor para permanecer um pouco mais aqui na terra? Portanto, eu te repito: sou e serei, na vida e na morte, uma cristã».
Furioso Ilariano a torturou duramente e ordenou sua decapitação. Antes, porém, que a espada a tocasse, rezando, ela entregou sua alma ao Senhor.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Fontes:

São Goar, Sacerdote, Eremita (+ 575), 06 de Julho

Goar nasceu pouco depois da morte do rei Clóvis. Seus pais eram nobres senhores feudais da região da Aquitânia, junto aos quais, durante seus primeiros anos de vida, Goar aprendeu a ter amor à virtude. Ainda pequeno ele mostrava uma grande caridade para com os mais pobres; seu zelo para com a glória de Deus fazia com que pregasse a penitência aos pecadores e a santidade aos justos, e as palavras dessa criança, aliada às suas atitudes, produziam grandes frutos onde quer que ele estivesse. 
Chegando o tempo propício, Goar foi ordenado sacerdote. Todavia, o sacerdócio revelou-se um novo aguilhão ao seu ardor apostólico. Com a autoridade que lhe concedia sua grande virtude, Goar combatia, em suas pregações, os vícios, o luxo, a discórdia, a vingança, o homicídio e todos os tipos de atitudes passionais de uma época ainda dominada pelos povos bárbaros.
Goar possuía, antes de tudo, o gosto pela vida monástica; muito cedo ele deixou seus pais e sua pátria para buscar a Deus na solidão. Mas Deus, que não desejava ver tantas virtudes permanecerem estéreis, soprou no coração do solitário ermitão um novo fogo de zelo, e Goar, enriquecido por seus novos progressos e pelas luzes sobrenaturais que ele havia recebido em seu retiro, percorreu os campos vizinhos, ainda pagãos, ali pregando o Evangelho e vendo, com alegria, inúmeros convertidos receberem o batismo.
Poucos Santos foram tão hospitaleiros quanto ele, e foi por seus bons atos, suas esmolas, seus acolhimentos cordiais e generosos que ele soube tornar popular a doutrina que ele praticava tão bem. Acusado diante do seu bispo de diversos crimes inventados pelo demônio do ciúme, ele compareceu humildemente no palácio episcopal e depôs seu manto, por respeito, na presença do prelado; mas, acreditando que o suspendia numa haste de metal, ele o suspendeu num raio de sol. O bispo não ficou tocado com este prodígio; porém, pouco depois ele teve que reconhecer, confuso, a inocência de Goar, manifestada por um novo milagre.
O rei Sigberto logo quis proclamá-lo bispo, porém Goar conseguiu um prazo de vinte dias durante os quais ele orou a Deus tão intensamente, e tamanho foi o sofrimento depositado em suas orações, que acabou ficando gravemente doente. Sua doença acabou se prolongando por sete anos, e o rei acabou se vendo impossibilitado de realizar seus planos. Goar ofereceu seus longos e horríveis sofrimentos a Deus pelo crescimento e o triunfo da Igreja.

Abade L. Jaud, «Vida dos Santos para todos os dias do ano» («Vie des Saints pour tous les jours de l'année»), Tours, Mame, 1950.

Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com

Fontes:
http://hodiemecum.hautetfort.com/archive/2008/07/06/6-juillet-saint-goar-pretre-et-ermite-au-diocese-de-treves-5.html

02/07/2011

Santo Atanásio, o Athonita, Monge, Organizador dos Mosteiros do Monte Athos (+ Século X), 05 de Julho

Santo Atanásio foi o organizador dos monastérios no Monte Athos (situado num prolongamento da Península Calcídica, da qual se desprendem três faixas montanhosas que adentram no Mar Egeu).
Nasceu em Trebizonda, por volta do ano 920, filho de um Antioquino e recebeu no batismo o nome de Abraão. Fez seus estudos em Constantinopla, onde se tornou professor. Enquanto exercia nesta cidade o ofício de professor, conheceu São Miguel Maleinos e seu sobrinho Nicéforo Focas. Este último tornou-se, mais tarde, seu protetor, ao ocupar o trono imperial. Abraão tomou o hábito no monastério que São Miguel dirigia, em Kimina de Bitínia, recebendo o nome de Atanásio. Ali viveu até o ano 958, mais ou menos.
O monastério de Kimina era uma «Laura», isto é, uma série de celas isoladas, construídas em torno de uma igreja. Quando morreu Miguel Maleinos, Atanásio, prevendo que seria eleito abade, fugiu para o Monte Athos. Ali Deus reservava para ele uma responsabilidade ainda mais pesada que o ofício de abade do qual tinha fugido. Vestido como um rude camponês e adotando o nome de Doroteu, Santo Atanásio retirou-se para uma cela na proximidade de Karyes. Mas seu amigo Nicéforo Focas não demorou a descobri-lo. O imperador Nicéforo, que estava prestes a empreender uma expedição contra os sarracenos, Atanásio pediu a Atanásio para acompanhá-lo nesta viagem e que o apoiasse nesta empreitada com a sua benção e orações. Atanásio, vencendo sua resistência em regressar ao mundo, acompanhou o seu amigo nesta viagem.
Após a vitória da expedição, Atanásio pediu permissão ao imperador para retirar-se novamente ao Monte Athos. Nicéforo Focas concordou, mas não sem que, antes aceitasse uma importante soma que lhe deu para ajudá-lo na fundação de um monastério. O santo construiu o primeiro monastério, propriamente dito, em Monte Athos, no início do ano 961 e, dois anos mais tarde, a Igreja. Santo Atanásio dedicou o monastério à Santíssima Mãe de Deus; atualmente é conhecido como «Monastério de Santo Atanásio», ou, simplesmente, «Grande Laura», isto é, «o Monastério». Receando que o imperador o chamasse novamente à corte, Santo Atanásio se refugiou em Chipre para escapar das honras e títulos. Mas Focas novamente descobriu seu esconderijo e lhe disse para voltar a governar em paz o seu monastério, dando-lhe mais dinheiro para construir um porto em Athos. Santo Atanásio enfrentou muitas dificuldades com os solitários que, ocupando o Monte Athos há mais tempo, consideravam que a precedência lhes dava certos direitos de ocupação; tais solitários viam com «maus olhos» a construção de monastérios, igrejas e portos, e se opunham às regras que Santo Atanásio queria lhes impor.
Por duas vezes o santo esteve prestes a ser assassinado. Sabendo que a violência é capaz de corromper a melhor das causas, o imperador João Tzimesces interveio, confirmou as doações que Nicéforo Focas havia feito a Atanásio, proibiu a oposição ao Santo e reconheceu a sua autoridade sobre todo o território e habitantes do Monte Athos. Desta forma, Santo Atanásio foi constituído o superior geral de cinqüenta e oito comunidades de eremitas e monges, além dos monastérios de Ivirón, Vatopedi e Esfigmenou, que ele mesmo havia fundado e que são conservados até os dias atuais.
Morreu por volta do ano 1000, vítima do desabamento da cúpula da igreja onde ele estava trabalhando com cinco outros monges.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Fonte :

Santa Isabel de Portugal, Rainha (+1336), 04 de Julho

Filha do rei D. Pedro II de Aragão e da rainha D. Constança. Pensa-se que tenha nascido em princípios de 1270. Em Barcelona? Não sabemos ao certo. 
Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma, mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parente próxima. Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso, jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro de Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados. 
Aos 20 anos, foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na primeira dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe.
Era discreta, esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos. Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiza nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho.
Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito da Ordem de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz em 4 de Julho de 1336. Foi canonizada em 25 de Maio de 1625 pelo Papa Urbano VIII. Portugal a venera sob o título de Rainha Santa.

Fontes:

São Tomé, Apóstolo, Mártir (+ Século I), 03 de Julho

São Tomé foi um dos Doze Apóstolos de Jesus. Era israelita. O seu nome consta na lista dos quatro evangelistas. 
O Evangelho de São João lhe dá grande destaque. Em João 11, 16, ele incita os discípulos a seguir Jesus e a morrer com ele na Judéia: “Tomé, chamado Dídimo, disse então aos discípulos: ‘Vamos também nós, para morrermos com Ele!’”
É ele que pergunta a Jesus, durante a Última Ceia, sobre o caminho que conduz ao Pai: “Senhor (diz Tomé), não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Diz-lhe Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (João 14, 5-6). 
Tomé encontrou Jesus Ressuscitado (João 21, 2). Temperamento audacioso e cheio de generosidade, percorreu as etapas da fé e professou que Jesus era realmente Deus e Senhor. Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!" Disse depois a Tomé: "Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" (João 20, 26-28).
Com este ato de fé e de amor a Jesus, apagou a sua dureza e deixou à Igreja a melhor jaculatória, como nos diz São Gregório Magno: "Mais nos serviu para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos fiéis." 
Felizes os que acreditamos sem ter visto, só em virtude da palavra dos que viram! 

Fontes:

Traslado da Preciosa Veste da Santíssima Theotokos (Virgem Maria) em Vlajerna, 02 de Julho

Na época do Imperador Leão I (457-474), dois irmãos empreenderam uma peregrinação à Terra Santa, hospedando-se na casa de uma viúva de idade já avançada. Nesta casa havia um pequeno altar improvisado e os dois irmãos tomaram conhecimento de que ali muitos milagres aconteciam. Insistiram, então, com a mulher para que lhes contasse como isso acontecia. A mulher, por fim, revelou que guardava num cofre um presente da Santa Mãe de Deus (Theotokos). Nossa Senhora, disse ela, no transcurso de sua existência, era assistida por duas mulheres virgens que a ajudavam.
Antes da sua Dormição, a Mãe de Deus ofereceu a cada uma delas um presente como bênção. Ela, a viúva, como fazia parte da família de uma destas duas virgens, tinha recebido este presente como herança, depois de o mesmo ter atravessado gerações. Este presente (a veste) da Theotokos foi, mais tarde, trasladado dentro de um cofre de ouro pelo então Patriarca Juvenal de Jerusalém à Igreja de Vlajerna, localizada no subúrbio da área nordeste de Constantinopla, construída pela Rainha Pulcheria, filha do Imperador Arcadio e esposa do imperador Markiano (451-457).
A Igreja de Vlajerna sofreu um incêndio no ano 1070, tendo sido reconstruída anos mais tarde. Por descuido, um segundo incêndio atingiu a Igreja em 19 de janeiro de 1434. Após estes incidentes, foi conservada como um lugar de oração.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

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01/07/2011

São Galus Bispo de Clermont (+ 554), 1º de Julho

São Galus nasceu por volta do ano 489 em Clermont, Auvergne, numa das famílias mais renomadas da região. Para se afastar das obsessões de seu pai que queria lançá-lo numa vida de honrarias bem como obrigá-lo a se casar, ele decidiu fugir da casa paterna e dirigiu-se ao mosteiro vizinho, onde todavia foi aceito somente após o consentimento de seu pai, que acabou por se render, dizendo: “Que seja feita a Vontade de Deus, e não a minha.”
O novo religioso rapidamente caminhou na via da perfeição, e não se sabia o que mais admirar nele, sua inocência ou sua austeridade. Ele punha suas delícias todas na oração; tinha um gosto particular pelo canto das divinas louvações. A fama do jovem monge chegou até os ouvidos do rei Thierry, que se afeiçoou à sua pessoa, quando ele era apenas um diácono. Um dia, inconsolável de ver uma população pagã cultuar seus ídolos, Galus pôs fogo no templo deles; a muito custo conseguiu escapar dos pagãos furiosos por causa do incêndio, que o ameaçavam de morte. Depois, quando ele contava esse fato ocorrido em sua juventude, ele dizia: “Ora! Por que eu fugi? Eu deixei escapar covardemente a graça do martírio!”
À morte do bispo de Clermont, o santo monge foi eleito para sucedê-lo. Galus recebeu a Ordem Sacerdotal e a Consagração Episcopal. As grandes virtudes do novo pastor, sua doçura, humildade, caridade paterna logo lhe conquistaram a afeição geral. Dentre todas as suas virtudes, destacava-se uma paciência realmente admirável. Um de seus sacerdotes, a quem ele repreendia justamente, ousou um dia golpeá-lo na cabeça; o bom bispo contentou-se em olhá-lo com compaixão, sem dirigir-lhe nenhuma censura. Uma outra vez, um sacerdote cobriu-o de injúrias em praça pública; São Galus respondeu-lhe com seu silêncio, e o culpado logo veio pedir-lhe publicamente perdão.
Deus deu à santidade do bispo o testemunho dos milagres. Um imenso incêndio ameaçava devorar uma grande parte da cidade; o pontífice foi orar diante do altar e, pegando o livro dos Evangelhos, jogou-o em meio às chamas, que se apagaram imediatamente. Durante um tremor de terra, ele preservou Clermont de todo acidente por meio de suas orações; numa época em que a peste assolava a região, ele obteve a mesma proteção de seu povo, por meio da oração.
Quando estava à morte, o santo bispo deu belos exemplos de resignação. Um grande número de milagres ocorreram junto ao seu túmulo. São Galus é invocado contra a febre.

Abade L. Jaud, «Vida dos Santos para todos os dias do ano» («Vie des Saints pour tous les jours de l'année», Tours, Mame, 1950.

Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com

Fontes:

Santos Protomártires da Igreja em Roma (+64-67), 30 de Junho

Hoje a Igreja celebra a memória dos cristãos que sofreram o martírio durante a perseguição de Nero, no ano 64. A culpa do incêndio de Roma recaiu sobre os cristãos, os quais foram cruelmente martirizados.
Do lado Sul da Basílica Vaticana há um recinto pequeno, chamado ainda hoje Praça dos Protomártires (primeiros mártires) Romanos. As iluminações que lá se vêem na noite de 26 de Junho, evocam as fogueiras que, pelos anos 64 e 65 extinguiram, ou sublimaram, humildes e heróicas vidas humanas. Roma ardera seis dias e sete noites.
Primeiro foram presos os suspeitos de seguir o cristianismo, e depois, conforme as denúncias que iam sendo feitas, prenderam-se outros em massa, condenados menos pelo crime de incêndio do que pelo ódio que outros lhes tinham. Aos tormentos juntavam-se as mofas, homens envolvidos em peles de animais morriam despedaçados pelos cães, ou eram presos a cruzes, ou destinados a ser abrasados e acendidos, como luzeiros noturnos ao anoitecer. Nero oferecia os seus jardins para este espetáculo; vestido de cocheiro, corria misturado com a multidão, ou em cima de um carro.
A perseguição movida por Nero prolongou-se até ao ano 67. E entre os mártires mais ilustres estavam São Pedro e São Paulo. O primeiro foi crucificado no circo de Nero, atual Basílica de São Pedro. São Paulo foi decapitado junto à estrada que leva a Óstia.

Fontes:

29/06/2011

São Pedro e São Paulo, Apóstolos, Mártires (+ Século I), 29 de Junho

São Pedro
Comemoramos hoje o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data atual da festa do Natal.
Ele era um pescador e o seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria a sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana.
Uma parte importante da sua vida está documentada nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos; sobre a sua vida em Roma existem muitas e belas narrativas passadas de geração em geração, algumas delas contadas em diferentes romances inspirados nos primeiros tempos da Igreja.
Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

São Paulo
Judeu, da tribo de Benjamim, originário de Tarso, chamava-se Saulo. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se o grande e insuperável missionário, o apóstolo dos gentios. Foi ele quem lançou as bases da evangelização no mundo helênico, fundando numerosas comunidades e percorrendo toda a Ásia Menor, a Grécia e Roma, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado pelo poder de Deus.
São Paulo foi o primeiro a elaborar uma teologia cristã. Ao lado dos Evangelhos, as suas epístolas são as fontes de todo o pensamento e de toda a vida mística cristã. Isto o coloca num lugar de destaque entre os maiores pensadores da história do cristianismo. 
São Paulo era um homem de fortes paixões e de grande poder de liderança e de organização. É a figura mais cosmopolita de toda a Bíblia. Segundo os estudiosos, Paulo era um homem da cidade, e em nenhum lugar de seus escritos mostra qualquer mentalidade ou interesse pela vida rural ou pela vila. 
Nunca houve conversão mais ruidosa do que a sua, tão pouco houve mais sincera, pois o mais furioso perseguidor de Jesus Cristo passou, de repente, a ser um dos seus mais fervorosos apóstolos. 

Fontes:

27/06/2011

Santos Ciro e João, Mártires (+ Século III), 28 de Junho

Estes santos viveram no tempo de Diocleciano. São Ciro era de Alexandria e São João, de Edessa, na Mesopotâmia. Devido à perseguição aos cristãos daqueles tempos, Ciro fugiu para o Golfo da Arábia, onde havia uma pequena comunidade de monges. João, que era soldado, tomou conhecimento da fama de Ciro e foi ao seu encontro. A partir de então, eles passaram a vida trabalhando juntos, curando muitas pessoas enfermas pela graça de Cristo.
Eles ouviram dizer que uma mulher de nome Atanásia havia sido presa com suas três filhas, Teodora, Teóctiste e Eudóxia. A mãe temia muito pela juventude de suas filhas, pois era comum submeter os cristãos ao martírio para que renunciassem a sua fé. Ao ficarem sabendo dos santos, foram ao seu encontro, pelo que também estes foram encontrados e detidos.
Depois de muitas torturas, Ciro, João, a mãe e suas três filhas foram decapitados, no ano 292. O local onde seus corpos foram sepultados tornou-se muito afamado e centro de peregrinação no Egito.
Tradução e publicação neste site com autorização de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Fonte:

Santa Joana, a Mirófora, Discípula de Jesus (+ Século I), 27 de Junho

Falecimento         Século I
Canonização        Pré-Congregação
Venerada por      Igrejas Ortodoxa, Católica Romana, Anglicana, Luterana
Festa                    3º Domingo da Páscoa e 27 de Junho (Ortodoxos), 24 de Maio (Católicos Romanos), 3 de Agosto (Luteranos) 

Joana, ou Joana a Mirófora, é um personagem do Novo Testamento associado à vida de Jesus e é freqüentemente considerada como uma de suas discípulas.

No Evangelho

Santa Joana é uma das mulheres mencionadas no Evangelho de São Lucas, as que acompanharam Jesus e os Doze Apóstolos1 : «Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, intendente de Herodes, Suzana e muitas outras, que os auxiliavam com seus bens2 ».
Joana era possivelmente viúva de Cuza, ou então seguia Jesus com o consentimento de seu marido3. Na verdade, era costume dos Judeus, naquela época, que os pregadores fossem seguidos por algumas mulheres piedosas, sem que isso causasse escândalo3.
Joana aparece entre as mulheres que foram ao túmulo de Jesus para embalsamar Seu Corpo segundo a narrativa do Evangelho de Lucas. Foram também estas mulheres que contaram aos Apóstolos e aos outros discípulos que o túmulo estava vazio e que «dois homens com vestes resplandecentes» lhes haviam aparecido4.
Para os especialistas do Novo Testamento Richard Bauckham e Ben Witherington III, a discípula Joana e a cristã Júnias, mencionada por Paulo na sua Epístola aos Romanos (Romanos 16, 7), seriam na verdade a mesma pessoa5,6.

Santa
Joana a Mirófora é honrada como santa honrada como santa pela Igreja Ortodoxa no «Domingo das Miróforas», que corresponde ao terceiro domingo da Páscoa Ortodoxa, e o dia 27 de Junho. A Igreja Católica Romana a festeja em 24 de Maio7. Enfim, ela é celebrada pela Igreja Luterana – Sínodo do Missouri em 3 de Agosto, com Santa Salomé.

Anexos – Links externos

Notas
1.          Lc 8. 2-3 [arquivo]
2.          Tradução : Bíblia de Jerusalém
3.          a et b François Sabbathier, Dictionnaire pour l'intelligence des auteurs classiques, grecs et latins, 23º tomo, Paris, Delalain, 1777, páginas 103 et 104 [arquivo]
4.          Lc 24. 4 [arquivo]
5.          (en) Richard Bauckham, Gospel Women : Studies of the Named Women in the Gospels, Continuum International Publishing Group, 2002, páginas 109-202, (ISBN 9780567088703)
6.          (en) « Joanna, Apostle of the Lord – or Jailbait ? », Bible Review 21.2, primavera 2005, pp. 12-14, 46-47
7.          (en) St. Joanna [arquivo], Catholic.org. Consultado em 21 de janeiro de 2009.

Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com

Fontes: