São Galus nasceu por volta do ano 489 em Clermont, Auvergne, numa das famílias mais renomadas da região. Para se afastar das obsessões de seu pai que queria lançá-lo numa vida de honrarias bem como obrigá-lo a se casar, ele decidiu fugir da casa paterna e dirigiu-se ao mosteiro vizinho, onde todavia foi aceito somente após o consentimento de seu pai, que acabou por se render, dizendo: “Que seja feita a Vontade de Deus, e não a minha.”
O novo religioso rapidamente caminhou na via da perfeição, e não se sabia o que mais admirar nele, sua inocência ou sua austeridade. Ele punha suas delícias todas na oração; tinha um gosto particular pelo canto das divinas louvações. A fama do jovem monge chegou até os ouvidos do rei Thierry, que se afeiçoou à sua pessoa, quando ele era apenas um diácono. Um dia, inconsolável de ver uma população pagã cultuar seus ídolos, Galus pôs fogo no templo deles; a muito custo conseguiu escapar dos pagãos furiosos por causa do incêndio, que o ameaçavam de morte. Depois, quando ele contava esse fato ocorrido em sua juventude, ele dizia: “Ora! Por que eu fugi? Eu deixei escapar covardemente a graça do martírio!”
À morte do bispo de Clermont, o santo monge foi eleito para sucedê-lo. Galus recebeu a Ordem Sacerdotal e a Consagração Episcopal. As grandes virtudes do novo pastor, sua doçura, humildade, caridade paterna logo lhe conquistaram a afeição geral. Dentre todas as suas virtudes, destacava-se uma paciência realmente admirável. Um de seus sacerdotes, a quem ele repreendia justamente, ousou um dia golpeá-lo na cabeça; o bom bispo contentou-se em olhá-lo com compaixão, sem dirigir-lhe nenhuma censura. Uma outra vez, um sacerdote cobriu-o de injúrias em praça pública; São Galus respondeu-lhe com seu silêncio, e o culpado logo veio pedir-lhe publicamente perdão.
Deus deu à santidade do bispo o testemunho dos milagres. Um imenso incêndio ameaçava devorar uma grande parte da cidade; o pontífice foi orar diante do altar e, pegando o livro dos Evangelhos, jogou-o em meio às chamas, que se apagaram imediatamente. Durante um tremor de terra, ele preservou Clermont de todo acidente por meio de suas orações; numa época em que a peste assolava a região, ele obteve a mesma proteção de seu povo, por meio da oração.
Quando estava à morte, o santo bispo deu belos exemplos de resignação. Um grande número de milagres ocorreram junto ao seu túmulo. São Galus é invocado contra a febre.
Abade L. Jaud, «Vida dos Santos para todos os dias do ano» («Vie des Saints pour tous les jours de l'année», Tours, Mame, 1950.
Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com
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