27/04/2011

São Hugo de Cluny, Abade (1024-1109), 29 de Abril de 2011

São Hugo nasceu numa família nobre e rica da Borgonha (França). Era filho de Damásio de Semur (995-1048), Barão de Semur, Senhor do Castelo de Semur-en-Brionnais na comuna francesa de Semur-en-Brionnais, em Saône-et-Loire, e de Aremberga da Borgonha. Hugo era filho do segundo casamento de Damásio. Sua mãe preferia a vida retirada à da corte, e se ocupava pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos. Em vão o pai de Hugo tentou lhe dar uma educação militar: os cavalos, as armas e a caça não atraíam nem um pouco o menino, que se alegrava com uma vida retirada, com a visita a igrejas e com a leitura dos Livros Sagrados.
Aos dezesseis anos, Hugo foi bater à porta do mosteiro de Cluny: "Que tesouro, disse um de seus mais veneráveis monges, recebe hoje o convento de Cluny! " Aos vinte e cinco anos, o jovem monge era já prior do mosteiro e, pouco tempo depois, morrendo o santo abade Odilon, Hugo foi eleito o novo abade. As honras, longe de afetarem a sua virtude, foram um sinal do seu crescimento na caminhada rumo à perfeição.
Desde então, Hugo exerceu na Igreja inteira, pela confiança que lhe testemunharam os Papas, uma grande e salutar influência; ele assistiu o Papa Estêvão X em seu leito de morte; foi venerado e consultado pelos Santos Papas Gregório VII, Urbano II e Pascal II, que haviam sido seus filhos espirituais, monges em Cluny, antes de serem eleitos ao trono de São Pedro.  
Hugo sempre foi incansável na defesa dos direitos da Igreja contra os príncipes deste mundo, e ninguém mais do que ele combateu com tanto vigor os abusos que tinham invadido o clero naquela época conturbada.
Tendo recebido o anúncio sobrenatural de que sua morte se aproximava, Hugo preparou-se redobrando as austeridades e o fervor. Apesar de seus oitenta e cinco anos, ele suportou até o fim, durante a Quaresma de 1109, o peso do trabalho e das penitências monásticas. Na Quinta-feira Santa, ele participou do Ofício e distribuiu aos pobres as esmolas e doações costumeiras, lavou os pés dos Irmãos, arrancando-lhes lágrimas com uma emocionante homilia sobre o Evangelho. Hugo participou de todos os Ofícios da Sexta-feira Santa e do Sábado Santo, e ainda pôde celebrar a solenidade de Páscoa; à noite, porém, esgotado, precisou permanecer na cama e recebeu a Unção dos Enfermos: «Reconheceis, disseram-lhe, o Corpo Sagrado do Salvador?» «Sim, respondeu ele, eu O reconheço e O adoro!» Hugo morreu deitado sobre cinzas e cilício. «No momento em que os últimos raios de sol se apagam no horizonte, escreveu seu biógrafo, apagou-se também este grande sol da Ordem Monástica.»
São Hugo era amigo de Santo Udalrico, São Pedro Damião, São Bruno e inúmeros outros Santos. Sob sua autoridade, a Ordem de Cluny chegou a ter mais de trinta mil monges.

Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
giseledoprado70@gmail.com

Fontes :
Abade L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano (Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20110429&id=3670&fd=0
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_de_Cluny
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/03/Hugo-v-cluny_heinrich-iv_mathilde-v-tuszien_cod-vat-lat-4922_1115ad.jpg

26/04/2011

Santa Gianna Beretta Molla, Leiga, Médica, Esposa, Mãe de Família (1922-1962), 28 de Abril

Gianna Beretta Molla (Magenta, 4 de outubro de 1922 — Milão, 28 de abril de 1962) foi uma médica italiana casada e mãe de família com quatro filhos, proclamada santa pela Igreja Católica.

Vida

Foi membro atuante da Ação Católica desde a adolescência. Formou-se com louvor em Medicina e especializando-se em Pediatria, por seu grande amor às crianças e às mães, pois pretendia unir-se ao seu irmão, Padre Alberto, médico e missionário no Brasil, que havia fundado um hospital na cidade de Grajaú, no estado do Maranhão, mas foi desaconselhada por seu Bispo.
Logo após, no ano de 1954, conheceu o engenheiro Pietro Molla e sentiu o chamado à vocação do Matrimônio. Noivaram em 11 de abril de 1955 e casaram-se no dia 24 de setembro do mesmo ano, tendo a cerimônia sido presidida por seu outro irmão, Padre Giuseppe. Durante o noivado escreveu ao seu noivo: “Quero formar uma família verdadeiramente cristã; um pequeno cenáculo onde o Senhor reine nos nossos corações, ilumine as nossas decisões, guie os nossos programas.”
Das gravidezes, fruto do seu Matrimônio, quatro crianças nasceram: Pierluigi, Maria Zita, Laura e Gianna Emanuela. Na última gestação, aos 39 anos, descobriu que tinha um fibroma no útero. Três opções lhe foram apresentadas naquele momento: retirar o útero doente, o que ocasionaria a morte da criança, abortar o feto, ou, a mais arriscada, submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Não hesitou! Disse: “Salvem a criança, pois tem o direito de viver e ser feliz!” Submeteu-se à cirurgia no dia 6 de setembro de 1961.
Deu entrada, para o parto, no hospital de Monza, na sexta-feira da Semana Santa de 1962. No dia seguinte, 21 de abril de 1962, nasceu Gianna Emanuela, a quem teve por breves instantes em seus braços. Sempre afirmou: “Entre a minha vida e a do meu filho, salvem a criança!”. Faleceu no dia 28 de abril de 1962, em casa.

Santidade

O alegado milagre da Beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de Grajaú, no Maranhão, naquele mesmo hospital onde queria ser missionária, sendo Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994.
Foi canonizada no dia 16 de maio de 2004, onde recebeu do Santo Padre o Papa João Paulo II o sugestivo título de “Mãe de Família”. Na cerimônia estavam presentes o seu marido Pietro Molla, as filhas Gianna Emanuela e Laura, e o filho Pierluigi. Mariolina faleceu com seis anos, dois anos após a Páscoa da Mãe.
O milagre da canonização foi alegadamente experimentado por Elisabete Arcolino Comparini, casada com Carlos César, ambos da Diocese de Franca, quando, no início do ano 2000, o quarto bebê que havia concebido começou a passar por sérios problemas, tendo, no terceiro mês, a jovem mãe perdido, segundo alegava-se, totalmente o líquido amniótico. A alegada intercessão da Santa Gianna foi pedida, ainda no hospital, na presença do bispo de Franca, Dom Diógenes Matthes.
Face a negativa do aborto e à intercessão da Santa Gianna Beretta Molla, após uma gravidez sem presença de líquido amniótico; alegadamente "sem explicação científica" , no dia 30 de maio de 2000, nasceu Gianna Maria, nome que foi dado em homenagem àquela médica e mãe "heróica". Nas palavras de Dom Serafino Spreafico, Bispo Emérito de Grajaú-MA, “Santa Gianna formou-se como missionária e como tal viveu, ligada ao Brasil por vocação específica... Ela agradeceu ao Brasil por tal vocação obtendo de Deus os Dois Milagres Oficiais para a Igreja.”
Muitas graças têm sido alegadamente alcançadas, em vários países, pela suposta intercessão de Santa Gianna, especialmente por mulheres crentes que não conseguem engravidar ou têm problemas na gestação e/ou no parto, por isso, várias crianças têm recebido o "honroso nome de Gianna" em agradecimento por sua suposta intercessão. Celebra-se o seu dia em 28 de abril.


Ver também

 

Ligações externas (em Português)



Fontes:
http://www.preghiereagesuemaria.it/santiebeati/santa%20gianna%20beretta%20molla%20una%20vita%20per%20la%20vita.htm

25/04/2011

Beata Maria Antonia Bandrés y Elósegui, Religiosa (+1919), 27 de Abril

Maria Antonia Bandrés y Elósegui nasceu em 6 de maio de 1898, em Tolosa, Espanha. Fez sua primeira eucaristia no dia 23 de maio de 1909, no Colégio São José, onde era aluna das Filhas de Jesus. Entrou no Noviciado das Filhas de Jesus em Salamanca, no dia 6 de dezembro de 1915 e fez seus primeiros votos dia 31 de maio de 1918.
Irmã Antonia comprometeu sua existência em dar a vida pelos outros. Na sociedade de seu tempo, os anos difíceis das primeiras décadas do Século XX, esta jovem tomou partido da causa dos mais pobres. Desde os sindicatos operários, dos quais participou, até os bairros marginalizados de sua cidade, a industrial e operária Tolosa, realizou um grande trabalho social. Nos seus poucos anos de vida religiosa, sonhou em chegar aos distantes países da América e Ásia, em seus anseios de levar a todos os povos a mensagem de amor de Jesus Cristo.
Mas a sua vida foi muito breve: morreu nem bem fizera vinte e um anos, no dia 27 de abril de 1919, depois de fazer a oferta de sua vida por uma pessoa querida. Sua curta existência foi um serviço alegre, em gratuidade, aos homens e mulheres de sua época.
Em janeiro de 1962, iniciou-se em Salamanca seu processo de canonização. No dia 12 de maio de 1996, foi beatificada pelo Papa João Paulo II.

Fontes:
http://www.stellamaris-rj.com.br/sob-anto/index.htm
http://www.flickr.com/photos/33303807@N06/5245234955/

Santo Anacleto (Cleto), Papa, Mártir (+Século I), 26 de Abril

O Papa Anacleto (ou Cleto) foi o sucessor de São Lino e terceiro Papa, governando entre os anos 76 e 88. Era grego.
Durante onze anos de intensas atividades no "trono de São Pedro", viveu uma época de oscilação de paz e perseguição aos cristãos sob o reinado do imperador Vespasiano e seus dois filhos sucessores, Tito e Domiciano, em período que os cristãos acreditavam estar próximos do fim do mundo e do juízo final, baseados na pregação de São João Evangelista. Foi também durante seu papado que ocorreu a histórica erupção do Vesúvio.
Ordenou 25 sacerdotes em Roma, sancionou a veneração ao túmulo de São Pedro, construindo um monumento sobre a sepultura do apóstolo de Cristo. Os escritos de Santo Ireneu confirmam sua eleição como Anacleto I ou abreviadamente como Cleto, o que levou alguns a pensar como se fossem dois papas diferentes.
A sua morte durante as perseguições de Domiciano, no ano 88, faz dele um dos mártires da Igreja Católica. Foi sepultado ao lado de São Pedro. A ele é atribuída uma série de orientações que condenam o culto a objetos "mágicos e de feitiçaria", assim como a condenação ao ato de se aceitar comidas oferecidas aos deuses "pagãos". Também a ele é atribuída a instauração da "Saudação e Bênção Apostólica" na abertura das mensagens papais.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Anacleto
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20110426&id=10538&fd=0
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=43745&language=PT&img=&sz=full

24/04/2011

São Pedro de São José Betancur, Fundador do Instituto Betlemita (1619-1667), 25 de Abril

Pedro de São José Betancur nasceu em Villaflor de Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha, no dia 19 de Março de 1626, tendo sido batizado logo no dia 21. Seus pais, Amador González Betancur de la Rosa e Ana Garcia educaram-no de acordo com o cristianismo, e Pedro descobriu os valores da fé e da caridade, de modo especial. E ele nunca esqueceu os ensinamentos recebidos; ouvindo falar dos trabalhos missionários que muitos homens e mulheres estavam a empreender nas terras da América, deixou-se entusiasmar pela idéia de ir anunciar o Evangelho, emigrando para a Guatemala em 1651 com esse propósito.
Ali começou a viver como se fosse essa a sua pátria, depressa captou a simpatia das famílias do lugar, que desejavam a presença de Pedro em suas casas, pela sua afabilidade e interesse pela situação de cada um; pagava a hospedagem com os trabalhos humildes que podia fazer.
Dele disse o seu biógrafo:  "Todo o tempo em que conhecemos Pedro de Betancur, conhecemo-lo como um homem virtuoso. Nele, a virtude parecia natural. Era tão amável como virtuoso e todos os que o conheciam, o estimavam e quem o estimava, gostava de comunicar com ele. Todos desejavam tê-lo em sua casa e muitos o procuravam". Fez da pobreza sua companheira de vida, para não ter outro tesouro a não ser Jesus Cristo e não ter outra preocupação senão o amor dos pobres. Viveu em Santiago de los Caballeros, entrava livremente na casa de todos os que ali habitavam, saindo como tinha entrado:  livre de apegos materiais, alma limpa e coração desprendido, mas com a convicção firme de que tinha deixado a semente do Evangelho no seio daquelas famílias. O seu biógrafo diz, mesmo, estas palavras bem elucidativas da sua presença:  "O Irmão Pedro deixava as casas onde entrava banhadas de luz e saía delas sem detrimento da sua pureza". Por isso, ele pode ser chamado um "mensageiro do amor de Deus na América".
Possuía a sabedoria própria de um homem simples. Por esta razão, a sua vida se lê melhor nas suas acções do que nos seus discursos. Por dificuldades nos estudos, não conseguiu ser sacerdote, não foi membro de uma Ordem religiosa, o que o convenceu de que Deus o chamava à santidade por outro caminho; seguiu o da caridade, tornando-se um verdadeiro apaixonado pelos pobres por amor a Cristo. Sincero e humilde, mas de uma singular intuição e prática na vida, soube reconhecer Deus e encontrar Cristo nas ruas da cidade. Os seus compatriotas chegavam em busca de poder e de riquezas; ele procurou as suas honras na catequese, na oração e no alívio dos sofrimentos humanos dos pobres. Essa era a sua ambição, que realizava "sempre ocupado em obras de misericórdia", aliviando o sofrimento do seu Salvador nas cruzes dos mais pobres.
Era um homem de oração; reconhecendo-se como humilde servo da Santíssima Trindade, distinguiu-se por uma vida de comunhão contínua com Deus Pai através da oração e da perseverança em fazer o bem, às vezes à custa das maiores dificuldades, incompreensões e contrariedades, mas espalhando sempre a caridade a mãos cheias, dele se podendo dizer como de Cristo:  "passou pela terra fazendo o bem" (cf. At 10, 38). Deixando-se guiar pelo Espírito Santo, permaneceu sempre aberto à sua inspiração, para orientar os seus passos, palavras e ações.
Peregrino e contemplativo, traçou um itinerário de lugares de oração, de recolhimento e de contemplação, para que aqueles povos pudessem gozar de momentos de contacto com o Senhor.
Ainda hoje, a tradição fala desses lugares:  o Calvário, o Outeiro da Cruz, os pátios da Pousada de Belém, o Templo de São Francisco, bem como as ruas de pedra abençoadas pela sua passagem continuam a ser sinais da sua presença permanente naqueles lugares. Soube cimentar a piedade popular na devoção aos mistérios de Cristo e da Virgem Maria, na freqüência dos sacramentos e na meditação, acompanhadas pela preocupação constante da salvação da alma.
Por isso, não nos admiremos de que ele fosse um "leigo fundador de uma Ordem religiosa". Assim se expressam os Bispos da Guatemala em Carta Pastoral, escrita a propósito da sua canonização.
Tendo vestido o hábito da terceira Ordem de penitência franciscana, continuou a sua vida na prática das obras de caridade, consolidando a sua devoção a Maria; rezava o terço na Capela da casa com os escravos, os mais simples, sem deixar de se retirar para o "seu" Calvário (tinha-o construído com as suas próprias mãos), pelos pátios da Pousada de Belém, onde, no dizer do seu biógrafo, "os pobres podiam encontrar pão material para o sustento do seu corpo e o pão da doutrina para alimento da sua alma". Alguns deixaram-se seduzir pelo seu exemplo e congregou à sua volta os que julgou idôneos para dar cumprimento aos seus desejos. Com eles acerta uma vida regular de oração e austeridade que, ao trabalho com os pobres, uniam uma espiritualidade muito rica de fidelidade a Deus e vida comunitária. Assim nasceu a Ordem Betlemita, fundada na Guatemala e ainda hoje viva naqueles meios, ao serviço das pessoas mais humildes e sem lar.
Destacam os Bispos da Guatemala três caminhos na herança espiritual legada por Pedro de São José: 
a) Caminho espiritual, baseado na adoração do Verbo Encarnado, na meditação constante da paixão de Cristo, no amor e adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia, amor à Mãe de Deus e a devoção do santo Rosário, a que se juntava a prática da mortificação, da penitência e do jejum.
b) Caminho misericordioso, caracterizado pelo amor aos pobres e a solidariedade para com todos. Para isto, não hesitou em escrever uma carta ao Rei de Espanha, pedindo autorização para construir um hospital para convalescentes, o primeiro do mundo para este gênero de doentes.
c) Um caminho profético, onde se descobrem os valores perenes de uma autêntica evangelização. Assim o evangelizador verdadeiro não deve condenar ninguém definitivamente, pois o plano de Deus quer a salvação de todos e que todos cheguem ao conhecimento da verdade (cf. I Tim 2, 4), o evangelizador propõe o plano de Deus a um mundo dominado pelo afã das riquezas, a ambição do poder e a indiferença orientada pelo prazer.
Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em Roma, no dia 22 de Junho de 1980, e canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice, na Guatemala, em 30 de Julho de 2002.
Fizemos algumas referências à Carta Pastoral com que os Bispos da Guatemala quiseram preparar as suas comunidades para esta celebração. A Igreja presente neste país da América Central rejubila com esta jornada, que ficará na memória do seu povo cristão; com ele, alegrar-se-á também a Igreja no México, onde uma canonização e duas beatificações marcarão positivamente a sua vida. Sabemos bem que a santidade não tem fronteiras, para ela não há limites de tempo ou espaço. Graças a Deus!

Fontes:
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20020730_betancurt_po.html
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=31733&language=IT&img=&sz=full
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=31731&language=SP&img=&sz=full

20/04/2011

São Bento Menni, Presbítero, Fundador (+1914), 24 de Abril

Nasceu em Milão, a 11 de Março de 1841. Ainda jovem, aprendeu o amor aos pobres e doentes no serviço voluntário aos feridos de guerra.
Aos 19 anos, entrou na Ordem Hospitaleira. Foi ordenado sacerdote em 1866. No ano seguinte, com 26 anos apenas foi enviado pelo Papa Pio IX à Espanha para restaurar a sua Ordem. Frente à urgente necessidade de atendimento às mulheres doentes mentais, fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras, junto com Maria Josefa Recio e Angustias Gimenez, em 31 de Maio de 1881. Ele mesmo implantou a Congregação em Portugal.
A sua vida foi testemunho fiel do amor de Deus aos mais pobres e marginalizados. Morreu em 24 de Abril de 1914 em Dinan (França). O Papa João Paulo II beatificou-o em 1985 e canonizou-o em 1999.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20110424&id=10660&fd=0
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh2QsJjuhgxuPHcceZoK5qTYxkuWNqnoREkbupi6c0OU1E3IkIRCzxx_hTddWPTtRJaVx9NxByxYSmeGX9eEJQhsxQs93VUjabr-VL7M-qYYrdbL9oVeQTtKnUWJvuDxVrte13i2pUdGoZ/s1600-h/San_Benedetto_Menni_B.jpg

Beata Teresa Maria da Cruz (Teresa Manetti), Religiosa Carmelita, Fundadora Congregação das Carmelitas Terceiras de Santa Teresa (+ 1910), 23 de Abril

Martirológio Romano: Em Campo Bisenzio,Toscana, na Itália, faleceu a beata Teresa Maria da Cruz Menetti, religiosa carmelita, fundadora da Congregação das Carmelitas de Santa Teresa (1910). 
Etimologicamente: Teresa = Aquela que é boa caçadora (palavra de origem grega). 

Teresa Adelaida Cesina Manetti nasceu numa família humilde em San Martino, em Campo Bisenzio (Florença, Itália), em 2 de março de 1846. Chamavam-na familiarmente de “Bettina”. Ficou órfã de pai muito cedo e logo conheceu a dureza da vida. Apesar disso, ajudava aos pobres, privando-se até do que lhe era mais necessário.
Em 1872, juntamente com algumas amigas, retirou-se numa casinha no campo onde “oravam, trabalhavam e reuniam algumas jovens para educá-las com boas leituras e ensinar-lhes a doutrina cristã”. Em 16 de julho de 1876, foram admitidas na Ordem Terceira do Carmelo Teresiano, e mudou seu nome para Teresa Maria da Cruz. Em 1877, recebeu as primeiras órfãs, cujo número foi crescendo dia a dia. Aquelas meninas abandonadas eram seu “maior tesouro”. Em 12 de julho de 1888, as 27 primeiras religiosas vestiram o hábito da Ordem das Carmelitas Descalças, às quais se haviam juntado em 12 de junho de 1885. Em 27 de fevereiro de 1904, o Papa Pio X aprovou o Instituto de nome “Carmelitas Terceiras de Santa Teresa”.
Madre Teresa Maria viu, com grande alegria, o Instituto estender-se até a Síria e o Monte Carmelo, na Palestina.Sua saúde sempre foi muito frágil, e também foi duramente provada em seu espírito; por isso, o sobrenome “da Cruz” lhe assentava muito bem. Subiu corajosamente até o seu “Calvário” e, freqüentemente, dizia: “Tritura-me, Senhor, espreme-me até a última gota!” Sua caridade não tinha limites. Entregava-se a todos e em tudo, esquecendo-se sempre de si mesma. O bispo Andrés Casullo, que a conhecia muito bem, afirmava a seu respeito: “Ela deixava de viver a própria vida para fazer o bem.”
Depois de passar por noites escuríssimas, Madre Teresa, preparada pela graça de Deus, recebeu a morte na sua terra natal, em 3 de abril de 1910, enquanto repetia uma vez mais: “Ó meu Jesus, eu quero sofrer mais...” E murmurava em êxtase: “Está aberto!... Já vou!”
Seus escritos, ao mesmo tempo simples e profundos, foram aprovados em 27 de novembro de 1937. O Papa João Paulo II a beatificou em 19 de outubro de 1986.

Tradução:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Fontes:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/04/beata-teresa-maria-da-cruz-teresa.html
http://www.es.catholic.net/santoral/articulo.php?id=36331
http://www.oksister.com/Images/Carmelite%20Saints/Bl.%20Teresa%20Maria%20of%20the%20Cross%20-%20web.jpg 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha2dfWsCdXu87YwcHE40aDzQcWoEYmDRbjwHU2a6MN_df4qXYrrtekGcqbcdCdp0kpY88Eqjm0bsyVGnksVVQ7-21wURxI9_UIDejmECR7dt5bx3fi6BPs7xHHsVwt3SYbc7bRwD_Y9w_c/s1600/Bl.+Teresa+Maria+of+the+Cross+-+web.jpg

Santa Senhorinha, Abadessa (+982), 22 de Abril

Nasceu em 924, provavelmente em Vieira do Minho, Portugal. Senhorinha não era o seu nome de batismo, mas um apelido carinhoso que seu pai, o conde de Basto, lhe dava.
Fez-se monja aos 15 anos, recusando um nobre pretendente, e aos 36 anos era abadessa do mosteiro de Vieira. A sua vida foi cheia de manifestações do amor e da grandeza de Deus, tendo-lhe sido atribuídos numerosos milagres ainda antes da sua morte, ocorrida a 22 de abril de 982.
O seu túmulo foi, ao longo da Idade Média, um grande centro de peregrinações, contando-se entre seus grandes devotos os reis Dom Sancho I e Dom Pedro I. A igreja de São Victor, em Braga, guarda um notável conjunto de azulejos alusivos à vida de Santa Senhorinha.

Fontes:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/04/santa-senhorinha-abadessa-22-de-abril.html
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=75757&language=PT&img=&sz=full
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIvwH6PgRoM_xVPNT0sHWzHTl-8AvDfv2_dMeVEb6uVibXSKJ-5Kj33mqFrs4l686s1mjt96BZ5GoXvj72DMPl_CzS_biXPJSzO_FyN3yLceCO4JnSdw8eTYOx1bQqYXLeWYvrvRtVBBAD/s1600/Santa_Senhorinha.jpg

Santo Anselmo de Cantuária, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja (+1109), 21 de Abril

LUMINAR DA IGREJA NO SÉCULO XI

Bispo, Confessor e Doutor da Igreja, considerado o primeiro teólogo-filósofo, muitos de seus ensinamentos e textos passaram para o ensino comum da Igreja. Arcebispo de Cantuária, Reino Unido, lutou destemidamente pelos direitos de sua Sé contra a prepotência de reis ingleses.


Anselmo nasceu em Aosta, na Itália, em 1033. Era filho do nobre Gondulfo e da piedosa Ermenberga, verdadeira matrona cristã. Formado na escola da mãe, entregou-se cedo à virtude e, segundo seu primeiro biógrafo, era amado por todos, tendo muito sucesso nos estudos. Bons tempos aqueles, em que as pessoas virtuosas eram amadas, e não perseguidas. Aos 15 anos já se preocupava com altas questões metafísicas e teológicas, e quis entrar num mosteiro. Mas os monges negaram-lhe a entrada, por medo de desagradar ao seu pai.
Não podendo ingressar na vida religiosa, Anselmo entregou-se gradualmente aos prazeres mundanos, só não chegando a excessos por amor à sua mãe, a quem não queria desagradar. Mas essa âncora, que ainda evitava que ele se afogasse no mar do mundo, faltou-lhe. Com o falecimento de sua genitora, quando Anselmo tinha 20 anos, seu pai tornou-se mal-humorado e violento, maltratando frequentemente o filho. Anselmo resolveu então fugir de casa, acompanhado por um servo. Vagou pela Itália e pela França, conheceu a fome e a fadiga, até que chegou ao mosteiro de Bec, na França, onde havia a escola mais afamada do século XI, dirigida por seu famoso conterrâneo, Lanfranco.

 

Discípulo suplanta o mestre

Anselmo tornou-se discípulo e amigo de Lanfranco, e entregou-se então vorazmente ao estudo, esquecendo-se às vezes até das refeições e recreação. “Seus progressos eram tão admiráveis quanto sua amabilidade, e logo foi tido como um prodígio de saber e seus condiscípulos creram que fazia milagres, por sua piedade e virtude.”
Apesar de todos os seus sucessos, Anselmo tinha uma grande perplexidade: “Estou resolvido a fazer-me monge; mas, onde? Se vou para Cluny, todo o tempo que dediquei às letras terá sido perdido para mim; e o mesmo se permaneço em Bec. A severidade da disciplina em Cluny e a ciência de Lanfranco, em Bec, tornarão inúteis todos os meus estudos. Assim pensava, em meu orgulho. Mas, em meio à luta, senti a ajuda divina: o quê?! É próprio de um monge buscar as honras, os louvores, a celebridade? Claro que não. Pois bem, far-me-ei monge onde possa pisotear minhas ambições, onde seja estimado menos que os demais, onde seja pisoteado por todos.”
E resolveu permanecer em Bec, onde foi ordenado sacerdote em 1060. Mas se ele fugia das honras, estas o perseguiam. Em 1066 foi eleito Abade de Bec. E seu primeiro biógrafo, Eadmer, conta a pitoresca e comovente cena ocorrida nessa ocasião, típica da Idade Média: o eleito abade prosterna-se diante de seus irmãos, pedindo-lhes com lágrimas que não o onerassem com aquele fardo, enquanto os irmãos, também prosternados, insistem com ele para que aceite o ofício.
Sob sua direção, Bec alcançou sua maior celebridade, sendo para a Normandia e Inglaterra o que Cluny era para a Borgonha, França e Itália.
Em Bec “escreveu vários de seus livros, que abrem um novo caminho para o estudo da Teologia e se distinguem pela profundidade de pensamento, delicadeza de investigação, ousado vôo metafísico que, não obstante, nunca se separa do terreno da fé tradicional”.

 

Combates em defesa da Fé

No século XI, a importância de um abade era enorme, pois estava ligada a todo o movimento religioso e político do país. Assim, Anselmo teve que viajar várias vezes para a Inglaterra, por interesses de seu  convento. Lá encontrou novamente Lanfranco, então Arcebispo de Cantuária, tornando-se também muito estimado na corte. “Guilherme, o Conquistador, ele próprio tão temível e inacessível aos ingleses, se humanizava com o Abade de Bec e parecia tornar-se todo outro em sua presença.”
O amável abade era uma figura imponente e majestosa, mas sempre serena. A calma era um dos seus traços característicos. Era também um grande lutador: “Enquanto luta com os senhores da região em defesa de seu mosteiro, defende a pureza da fé contra Berengário, discute com os hereges e confunde o racionalista Roscelino.”
Em 1087, Guilherme II, o Ruivo, sucedeu seu pai no trono da Inglaterra. Príncipe “que temia a Deus muito pouco, e nada aos homens”, tornar-se-ia um espinho na vida de Anselmo. Ele se apoderava das rendas das Sés vacantes e, para gozar mais esses privilégios, não queria nomear novos bispos para as preencherem.
Ora, Anselmo, que já havia sucedido Lanfranco como Abade de Bec, foi escolhido pelo povo para sucedê-lo também, à sua morte, na Sé de Cantuária. Disso não queria saber nem o abade, por humildade, nem o rei, por prepotência, pois dizia: “O Arcebispo de Cantuária sou eu!”

 

Arcebispo de Cantuária contra a vontade

A Providência veio resolver o caso. Atacado por estranha doença, o rei viu-se reduzido a uma situação extrema, e temeu por sua alma. Os prelados e barões então pressionaram-no para que não deixasse mais vacante a Sé de Cantuária; e ele, cedendo aos desejos do clero e do povo, nomeou Anselmo.
Como este continuasse recusando o cargo, sucedeu então outra cena que só podia acontecer naqueles tempos: “Ele [Anselmo]  foi arrastado à força até o lado do leito do Rei, um báculo foi enfiado em sua mão fechada, e o Te Deum foi cantado”. Contra a vontade, Anselmo tornou-se assim Arcebispo de Cantuária.
Entretanto, o arrependimento do rei foi-se com a doença. Apenas restabelecido, tentou dobrar o Arcebispo, que se opôs à alienação das terras da arquidiocese em favor de apaniguados do rei. Começou uma verdadeira batalha entre altar e trono, e Anselmo preferiu exilar-se no continente a renunciar aos seus princípios. Essa tendência absolutista dos soberanos ingleses manifestar-se-á no século seguinte com o martírio de São Tomás Becket, e, no século XVI, com o cisma de Henrique VIII.

 

Luminar do Concílio de Bari

Em Roma, Anselmo foi recebido por Urbano II, que o convenceu a voltar para sua diocese. Mas antes participou ele do Concílio de Bari, em 1098, do qual foi um dos luminares, desfazendo o sofisma dos gregos, que negavam que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Para isso pronunciou belo discurso, que depois se tornou um tratado intitulado Da procedência do Espírito Santo. Na Itália escreveu outro tratado, Cur Deus homo, e regressou à Inglaterra em 1100, a pedido de Henrique, que sucedera no trono a seu pai, Guilherme, morto impenitente durante uma caçada.
Para melhor praticar a obediência, Anselmo havia pedido ao Papa que lhe desse alguém a quem ele pudesse se submeter em todas as ações, como um monge ao seu superior. O Papa designou para esse ofício o monge Eadmer, que se tornou amigo íntimo, discípulo e biógrafo do Santo.

 

Desterro do Santo Arcebispo

Henrique II, querendo assegurar para si o trono em detrimento de seu irmão mais velho, Roberto, que voltava da Cruzada na Terra Santa, restituiu à Igreja todos os seus antigos direitos e prometeu não vender os terrenos vazios nem arrendá-los ou retê-los em benefício do Tesouro. Por uma série de medidas assim também no campo civil, obteve a simpatia do clero e o povo em seu favor.

Quando Roberto chegou à frente de um exército para reivindicar seus direitos, o Arcebispo Anselmo conseguiu que os ingleses permanecessem na fidelidade a Henrique II, e que ambos entrassem num acordo pelo qual Roberto ficaria com a Normandia e passaria a receber uma renda anual de três mil marcos. Para mostrar que o filho não era melhor que o pai, na primeira oportunidade Henrique atacou Roberto de surpresa, derrotou-o, fazendo-o prisioneiro até o fim da vida.
Também a aliança entre Henrique II e Anselmo em breve se rompeu devido à contínua questão das investiduras. O Arcebispo mantinha-se firme, escudado pelos decretos de Bari e Roma, e o rei alegava o que considerava prerrogativas da Coroa.
Para resolver a questão, Santo Anselmo resolveu ir mais uma vez a Roma. Mas ao voltar foi impedido de entrar no país, e teve que permanecer três anos no desterro, no continente. Sob pena de excomunhão lançada pelo Papa, Henrique II finalmente chegou a um acordo com o Arcebispo, que pôde voltar assim à sua Sé.

Homem de governo, de letras, santo

Os últimos anos da vida de Anselmo transcorreram em atividades para a reforma de sua diocese e em trabalhos literários.

“A virtude havia feito dele o tipo do homem de governo, se bem que a posteridade o tenha recordado sobretudo como homem de letras, poeta, filósofo, polemista e escriturista. Em seus cantos a Maria, a facilidade e o sentimento não cedem em nada ao frescor e sinceridade da inspiração”.
Seis meses antes da morte, Santo Anselmo foi tomado por extrema fraqueza, que não lhe permitia sequer celebrar o Santo Sacrifício. Ele se fazia transportar diariamente à capela para assisti-la.
Na véspera de sua morte, esse homem fecundo, sempre em elucubrações metafísicas e teológicas, lamentava que não tivesse tido tempo para escrever um tratado sobre a origem da alma, tema sobre o qual havia meditado constantemente.
Enfim, carregado de anos e de virtude, faleceu no dia 21 de abril de 1109, sendo canonizado pelo Papa Alexandre III.
Plínio Maria Solimeo

Fonte:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/04/anselmo-de-cantuaria-bispo-confessor-e.html
http://alexandrinabalasar.free.fr/anselmo_de_cantuaria.htm 
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